Arritmia Cardíaca: O que é, sintomas, tratamentos e causas

Arritmia Cardíaca: O que é, sintomas, tratamentos e causas

No episódio 09 do podcast “Papo com Especialista”, tivemos o enorme prazer de receber a médica cardiologista, Dra. Marcia Cardoso. Neste trecho do vídeo completo, a Dra. Márcia Cardoso, cardiologista, explica em detalhes o que é a tão famosa arritmia cardíaca, suas características, sintomas, formas de diagnosticar a condição e os efeitos que ela pode ter na vida de uma pessoa.

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Você já sentiu o coração disparar ou parecer fora de ritmo? Isso pode ser um sinal de arritmia cardíaca. Mas o que isso realmente significa? Conversamos com a Dra. Márcia Cardoso, cardiologista, sobre essa condição que pode afetar pessoas de diferentes idades e estilos de vida. Além disso, trouxemos informações complementares para esclarecer suas dúvidas e ajudá-lo a entender melhor como cuidar do seu coração.

O que é arritmia cardíaca?

Arritmia é qualquer alteração no ritmo natural do coração, conhecido como ritmo sinusal. Esse ritmo é responsável por regular os batimentos cardíacos de forma coordenada, permitindo que o coração bombeie sangue de maneira eficiente. Quando ocorre uma arritmia, o coração pode bater rápido demais (taquicardia), devagar demais (bradicardia) ou de maneira irregular (fibrilação).

De acordo com a Dra. Márcia, “o ritmo normal de repouso varia entre 50 e 100 batimentos por minuto, dependendo da atividade física ou condição da pessoa. Alterações fora dessa faixa podem ser um indicativo de arritmia e precisam ser investigadas.”

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa, mas os mais relatados incluem:

  • Palpitações (sensação de coração acelerado ou batendo forte);
  • Fadiga inexplicável ou sensação de cansaço constante;
  • Tontura ou desmaios;
  • Falta de ar;
  • Dor ou desconforto no peito.
  • Desmaios;
  • Fraqueza;
  • Pressão baixa;
  • Confusão mental;
  • Mal-estar geral;
  • Cansaço fácil;
  • Sensação de nó na garganta;
  • Sensação constante de cansaço;
  • Sensação de aperto no peito.

Dra. Márcia destaca que algumas arritmias podem ser silenciosas, ou seja, a pessoa não sente nenhum sintoma. “Às vezes, o único sinal aparece em exames de rotina ou durante monitoramento específico”, explica.

O que causa arritmia?

As causas da arritmia cardíaca são variadas e podem ser influenciadas por fatores físicos, genéticos e até emocionais. Uma das causas mais comuns está relacionada a condições cardíacas pré-existentes, como infartos prévios, insuficiência cardíaca ou doenças estruturais do coração, que podem alterar o sistema elétrico responsável pelos batimentos regulares. Essas alterações podem criar áreas de fibrose ou cicatrizes no músculo cardíaco, que interrompem os caminhos normais do impulso elétrico, resultando em batimentos irregulares.

Aspectos genéticos também desempenham um papel significativo. Algumas pessoas nascem com “vias acessórias” no coração, que são pequenos desvios no sistema de condução elétrica. Essas vias extras podem competir com o caminho principal dos impulsos elétricos, desencadeando arritmias.

Além disso, condições como o prolapso da válvula mitral, uma alteração estrutural que afeta o funcionamento das válvulas cardíacas, podem predispor o coração a episódios de ritmo irregular, especialmente em momentos de estresse.

Outros fatores externos ou metabólicos também têm impacto. Desequilíbrios nos níveis de eletrólitos, como potássio, cálcio ou sódio, essenciais para a condução elétrica no coração, podem desencadear ou piorar a arritmia.

O estresse e a ansiedade são gatilhos comuns, especialmente em pessoas que já possuem predisposição, pois o aumento dos hormônios do estresse, como adrenalina, pode acelerar ou desregular os batimentos. Além disso, o consumo excessivo de cafeína, álcool, drogas ilícitas ou certos medicamentos também pode afetar o ritmo cardíaco.

Compreender as causas é essencial para orientar o diagnóstico e o tratamento, já que elas podem variar de pessoa para pessoa e nem sempre são evidentes sem uma avaliação médica detalhada.

Como diagnosticar a arritmia?

Diagnosticar uma arritmia pode ser desafiador, pois nem sempre os sintomas se manifestam de forma contínua. Muitos pacientes relatam sentir palpitações ou mal-estar ocasional, mas quando procuram ajuda médica, os exames não registram o evento. Por isso, os cardiologistas utilizam uma combinação de ferramentas para identificar alterações no ritmo cardíaco.

O eletrocardiograma (ECG) é o exame inicial mais utilizado. Ele registra os impulsos elétricos do coração em um momento específico e pode detectar anormalidades em casos agudos. No entanto, para arritmias que ocorrem de forma intermitente, o ECG pode não ser suficiente.

Nesse caso, o Holter 24 horas, um monitor portátil que grava a atividade elétrica do coração ao longo de um dia inteiro, é frequentemente indicado. Ele permite avaliar os batimentos em diferentes situações, como durante o sono, atividades físicas ou momentos de estresse.

Quando há dificuldade em capturar a arritmia com esses métodos, pode ser necessário utilizar o loop recorder, um dispositivo implantável que monitora o coração por períodos mais longos, como semanas ou até meses. Em casos mais específicos, testes de esforço ou o mapeamento eletrofisiológico, um exame invasivo que mapeia detalhadamente o sistema elétrico do coração, são realizados para identificar o local exato da alteração.

A Dra. Márcia ressalta que, mesmo com todas essas ferramentas, o diagnóstico pode ser desafiador, exigindo paciência e acompanhamento contínuo, especialmente em casos onde os sintomas são raros ou inespecíficos.

Quais são os riscos de uma arritmia não tratada?

A arritmia não tratada pode ter consequências graves dependendo do tipo e da gravidade da condição. Algumas arritmias são consideradas benignas e não apresentam risco significativo à saúde, como pequenos episódios de batimentos extras que não afetam a função geral do coração. No entanto, outras, especialmente as que envolvem os ventrículos, podem ser potencialmente fatais.

Arritmias ventriculares malignas podem levar a complicações graves, como fibrilação ventricular, que é uma condição de emergência médica caracterizada por batimentos descoordenados e incapazes de bombear sangue de forma eficaz. Essa situação pode evoluir para parada cardíaca súbita se não tratada rapidamente. Mesmo arritmias menos graves, se persistirem sem tratamento, podem causar sintomas debilitantes, como fadiga crônica, tontura ou desmaios, impactando significativamente a qualidade de vida.

A Dra. Márcia enfatiza que o acompanhamento regular é fundamental. “Mesmo as arritmias consideradas benignas devem ser monitoradas para garantir que não evoluam para quadros mais graves, principalmente em pacientes com fatores de risco cardíaco”, alerta.

Tratamentos disponíveis

O tratamento da arritmia é personalizado e depende do tipo de alteração e do impacto na vida do paciente. Em casos mais simples, mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico regular podem ser suficientes. No entanto, para arritmias mais graves ou persistentes, há uma série de opções terapêuticas.

Os medicamentos antiarrítmicos são frequentemente utilizados para regular o ritmo cardíaco ou prevenir episódios. Eles atuam em diferentes mecanismos do coração, como nas bombas de sódio, potássio e cálcio, ajustando os impulsos elétricos de acordo com a necessidade.

Em casos mais graves, a cardioversão elétrica, que utiliza choques controlados para restaurar o ritmo normal, pode ser necessária. Outra abordagem avançada é a ablação por cateter, que identifica e destrói os focos de arritmia no coração utilizando energia térmica. “Essa técnica pode curar a arritmia em muitos casos, trazendo alívio significativo aos pacientes”, explica Dra. Márcia.

Para pacientes com risco elevado de parada cardíaca ou em condições específicas, dispositivos como marca-passos ou desfibriladores implantáveis são indicados. Esses aparelhos ajudam a regular os batimentos ou intervir automaticamente em casos de emergência.

Como prevenir e viver bem com arritmia?

Embora algumas arritmias sejam inevitáveis devido a fatores genéticos ou condições cardíacas subjacentes, há muito que pode ser feito para reduzir os riscos e melhorar a qualidade de vida.

A prevenção começa com a adoção de hábitos saudáveis, como manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e evitar o consumo excessivo de álcool e cafeína. O controle do estresse é igualmente importante, já que o aumento dos hormônios do estresse pode desencadear episódios de arritmia.

Dicar para prevenir a Arritimia Cardiaca:

  • Evitar o consumo excessivo de cafeína e álcool;
  • Praticar exercícios físicos regularmente;
  • Controlar o estresse;
  • Realizar check-ups médicos periódicos.

Para quem já foi diagnosticado, seguir as orientações médicas e aderir ao tratamento são fundamentais. “Muitos pacientes recuperam a qualidade de vida com o tratamento adequado, especialmente quando a arritmia é detectada precocemente”, conclui Dra. Márcia.

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