Calor Excessivo: O que Pode Causar (e o que fazer para aliviar)?
As temperaturas estão subindo, e o calor excessivo tem se tornado um problema cada vez mais frequente no Brasil. Mas além do desconforto, você sabia que o calor intenso pode trazer sérios riscos à saúde? A exposição prolongada pode levar à desidratação, insolação, queda de pressão, exaustão térmica e até problemas cardiovasculares. Em casos mais graves, pode até ser fatal.
Crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas estão entre os mais vulneráveis, mas ninguém está imune aos efeitos das temperaturas extremas. Por isso, entender como o corpo reage ao calor e quais medidas podem ser tomadas para aliviar seus impactos é essencial.
Neste post, vamos explorar os principais problemas causados pelo calor intenso, como reconhecê-los e quando buscar ajuda médica. Além disso, trazemos estatísticas de órgãos de saúde pública e dicas práticas para enfrentar o calor com segurança. Afinal, prevenir é sempre a melhor solução. Confira!
Os impactos do calor no organismo
Quando as temperaturas sobem além do que estamos acostumados, o corpo precisa trabalhar mais para manter sua temperatura interna estável. O suor, por exemplo, é um dos principais mecanismos de defesa, ajudando a resfriar a pele.
No entanto, se a exposição ao calor for prolongada e a reposição de líquidos não for suficiente, esse mecanismo começa a falhar, e os efeitos colaterais aparecem. Veja algumas complicações:
- Insolação: Ocorre quando o corpo não consegue regular sua temperatura interna, levando a sintomas como pele vermelha, tontura e confusão mental. Se não tratada rapidamente, pode causar danos permanentes a órgãos vitais.
- Desidratação: A exposição prolongada ao calor aumenta a perda de líquidos pelo suor, podendo resultar em desidratação. Sintomas incluem boca seca, urina escura, fraqueza e tonturas.
- Exaustão térmica: Caracterizada por fadiga extrema, náuseas, dores de cabeça e transpiração excessiva. Ocorre quando o corpo perde a capacidade de manter a temperatura adequada.
- Cãibras por calor: São contrações musculares dolorosas resultantes da perda de eletrólitos devido ao suor excessivo.
- Problemas renais: A desidratação severa pode sobrecarregar os rins, aumentando o risco de cálculos renais e outras complicações.
- Pressão baixa: O calor provoca a dilatação dos vasos sanguíneos, o que pode levar à queda da pressão arterial, causando tonturas e desmaios.
O calor pode matar?
Infelizmente, sim. Dados do Ministério da Saúde mostram que o Brasil tem registrado um aumento significativo de mortes associadas a ondas de calor. Estudos indicam que, entre 2000 e 2018, aproximadamente 55 mil mortes ocorreram devido a complicações causadas por temperaturas extremas. O impacto é mais forte entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, que têm menos capacidade de regular a temperatura corporal.
Em períodos de calor intenso, hospitais costumam registrar um aumento no número de internações por desidratação, insuficiência cardíaca e problemas respiratórios. O excesso de calor também pode piorar doenças como diabetes e hipertensão, exigindo um cuidado redobrado.
Dados e Estatísticas de Órgãos de Saúde
Os impactos do calor excessivo na saúde pública vão muito além do desconforto e podem ser medidos por números preocupantes. O Ministério da Saúde e outros órgãos de pesquisa apontam que as internações por doenças relacionadas ao calor aumentam significativamente em períodos de ondas de calor.
- Aumento das internações hospitalares: Durante as semanas mais quentes do ano, hospitais registram aumento de 35% nos atendimentos por desidratação e insolação, segundo a Fiocruz. Além disso, doenças cardiovasculares e respiratórias também se agravam com o calor excessivo.
- Óbitos por calor extremo: Estudos da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que aproximadamente 12 mil mortes por ano no mundo estão diretamente ligadas às altas temperaturas. No Brasil, entre 2000 e 2018, o calor extremo contribuiu para mais de 55 mil mortes, especialmente entre idosos e pessoas com doenças crônicas.
- Impacto na produtividade do trabalho: O calor excessivo também tem consequências econômicas. Segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), trabalhadores expostos ao calor intenso, como na construção civil e agricultura, podem perder até 20% da capacidade produtiva, devido ao desgaste físico e à necessidade de pausas mais frequentes para descanso e hidratação.
Além disso, regiões como Centro-Oeste e Nordeste do Brasil vêm sofrendo aumentos progressivos de temperatura nas últimas décadas, levando a alertas mais frequentes sobre os impactos na saúde pública.
Como aliviar os efeitos do calor?
A melhor estratégia para evitar problemas é prevenir. Manter-se hidratado é essencial – e isso significa não apenas beber água, mas também consumir alimentos ricos em líquidos, como frutas e vegetais. Evitar bebidas alcoólicas e com cafeína também ajuda, já que elas podem aumentar a desidratação.
Outro ponto importante é a escolha das roupas. Tecidos leves e de cores claras ajudam a manter o corpo mais fresco. Se possível, é fundamental evitar exposição direta ao sol entre 10h e 16h, período em que a radiação solar é mais intensa. Ambientes bem ventilados ou climatizados também podem fazer a diferença.
Além disso, banhos frios ajudam a reduzir a temperatura corporal, e o uso de ventiladores ou ar-condicionado pode ser uma alternativa para enfrentar dias muito quentes.
Quando procurar ajuda médica?
Nem sempre os sinais do corpo são tão evidentes, mas há momentos em que buscar ajuda médica é essencial. Se uma pessoa apresentar sintomas como confusão mental, febre persistente acima de 39°C, desmaios ou falta de ar, é fundamental procurar atendimento médico imediatamente. Esses sinais podem indicar um quadro de hipertermia grave, que pode ser fatal se não tratado a tempo.
Quem corre mais risco?
Embora o calor afete a todos, alguns grupos são mais vulneráveis e precisam redobrar os cuidados.
Grupos com maior risco durante ondas de calor:
- Crianças: Devido ao sistema de regulação térmica ainda em desenvolvimento, são mais suscetíveis à desidratação e insolação.
- Idosos: A capacidade de regular a temperatura corporal diminui com a idade, aumentando o risco de complicações.
- Mulheres: Alterações hormonais, como durante a menopausa, podem intensificar a sensação de calor e os riscos associados.
Impacto do Calor no Sono e na Saúde Mental
O calor excessivo não afeta apenas o corpo físico, mas também influencia o bem-estar mental e a qualidade do sono, tornando o dia a dia mais difícil.
- Distúrbios do sono: Temperaturas elevadas à noite dificultam o relaxamento do corpo e impedem o sono profundo. Isso pode levar a cansaço extremo, irritabilidade e menor capacidade de concentração durante o dia. Segundo a Fundação Nacional do Sono dos EUA, a temperatura ideal para dormir fica entre 18°C e 22°C, mas em dias de calor intenso, muitas casas ultrapassam essa faixa.
- Aumento do estresse e da ansiedade: O calor prolongado tem sido associado a picos de estresse e até mesmo ao aumento da agressividade. Estudos mostram que temperaturas acima de 30°C podem elevar os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, o que impacta o humor e a saúde mental.
- Diminuição da concentração e da produtividade: O calor pode afetar a capacidade cognitiva, dificultando a concentração, a memorização e a tomada de decisões. Em ambientes de trabalho sem climatização adequada, a produtividade pode cair em até 25%, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Por isso, além de manter o corpo hidratado e evitar a exposição ao sol, é importante tentar manter ambientes frescos e ventilados para garantir uma boa noite de sono e evitar o impacto do calor na saúde mental.
Alimentação e Cuidados Adicionais para Enfrentar o Calor
Além da hidratação, a alimentação pode desempenhar um papel essencial na regulação térmica do corpo. Comer os alimentos certos pode ajudar a manter o corpo mais fresco e evitar complicações como desidratação e queda de pressão.
- Alimentos ricos em água: Melancia, melão, laranja, pepino e abacaxi são excelentes aliados para manter o corpo hidratado, pois possuem grande quantidade de líquidos e eletrólitos.
- Evitar alimentos pesados: Refeições ricas em gorduras e proteínas exigem um maior esforço digestivo, o que aumenta a temperatura interna do corpo. O ideal é optar por refeições leves e balanceadas, como saladas, frutas e proteínas magras.
- Reposição de eletrólitos: Durante o calor intenso, o corpo perde não apenas água, mas também minerais essenciais, como sódio, potássio e magnésio. Para evitar desequilíbrios, o consumo de isotônicos naturais, como água de coco e sucos naturais, pode ser uma boa opção.
- Evitar bebidas desidratantes: Embora possam parecer refrescantes, bebidas alcoólicas e com cafeína (como café e refrigerantes) têm efeito diurético e podem intensificar a desidratação. O ideal é dar preferência à água e sucos naturais.
Além da alimentação, pequenos hábitos no dia a dia ajudam a amenizar os efeitos do calor. Tomar banhos frios, usar roupas leves e ficar em ambientes bem ventilados são algumas estratégias simples que fazem diferença para o conforto e a saúde.
Em resumo
O calor excessivo não é apenas um incômodo – é uma ameaça real à saúde e exige atenção. Pequenas atitudes no dia a dia podem fazer a diferença para evitar complicações, principalmente para os grupos mais vulneráveis. A informação e a prevenção são as melhores armas para enfrentar os dias de calor intenso com mais segurança.
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