Câncer ovariano ilustração.

Câncer ovariano: o que é, causas, sintomas e opções de tratamento

O câncer ovariano é um tumor maligno que pode afetar apenas um ou os dois ovários simultaneamente. A doença é de difícil diagnóstico quando está no começo, devido à ausência de sintomas. Mas é importantíssimo detectar esse tumor maligno ainda em estágio inicial para o sucesso do tratamento, e as estatísticas a seguir explicam o motivo.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), esse tipo de câncer ginecológico é o segundo mais comum, perdendo apenas para o câncer uterino. Em 2020, por exemplo, foram descobertos 6.650 casos da doença e o número de mortes por causa do câncer de ovário em 2019 foi de 4.123.

De acordo com o cirurgião oncológico William Augusto Casteleins, do HMC (Hospital Marcelino Champagnat-PR), existem mais de dez tipos diferentes de câncer de ovário, os quais se desenvolvem pela multiplicação desordenada de células encontradas no ovário.

A seguir, vamos mostrar as causas, os sintomas nos estágios mais avançados e as formas de tratamento do câncer ovariano. Acompanhe!

Possíveis causas do câncer ovariano

Não sabemos ao certo as causas exatas do câncer de ovário. Porém, os riscos de desenvolver esse tipo de tumor podem nos guiar para a prevenção. Saiba quais são eles.

Histórico Familiar

Acredita-se que entre 5% a 10% dos casos seja de origem hereditária. Assim, ter uma mãe, irmã ou filha que tem ou teve a doença eleva as chances de desenvolver o problema. Além disso, quem tem na família parentes de primeiro grau com câncer de ovário, câncer de mama ou colorretal está mais propenso à doença.

Herança Genética

No caso específico do câncer ovariano, as alterações genéticas em dois genes (BRCA 1 e BRCA 2), podem desencadear a doença. Existe um teste que identifica a presença de tais genes de herança materna. A síndrome de Peutz-Jeghers é outro fator genético para o tumor maligno de ovário.

Fatores de risco

As demais causas que podem elevar a prevalência do câncer de ovário são:

  • início do ciclo menstrual antes dos 12 anos;
  • síndrome dos ovários policísticos (SOP);
  • uso de dispositivos intrauterinos (DIU);
  • nunca ter engravidado (nuliparidade);
  • terapia hormonal para a menopausa;
  • menopausa depois dos 50 anos;
  • não praticar exercícios físicos;
  • tratamentos para fertilidade;
  • câncer de endométrio;
  • ter menos de 40 anos;
  • tabagismo;
  • obesidade.

Sintomas do câncer de ovário

Como mencionamos, no início da doença, o câncer ovariano não manifesta sinais. Mas nos estágios mais avançados os sintomas podem ser:

  • dor ou desconforto durante a relação sexual;
  • sensação de peso no estômago após comer;
  • urina mais frequente que o habitual;
  • dor nas costas (na região lombar);
  • aumento do volume abdominal;
  • necessidade urgente de urinar;
  • alterações no ciclo menstrual;
  • dificuldade para se alimentar;
  • dor abdominal ou na pelve;
  • sangramentos vaginais;
  • náuseas e vômitos;
  • cansaço extremo;
  • azia e indigestão;
  • perda de apetite;
  • intestino preso.

Diagnóstico do câncer ovariano

Por ser um câncer considerado silencioso, o diagnóstico, em geral, não se dá no início. No entanto, uma mulher sem sintomas, mas que vai anualmente a um ginecologista, costuma descobrir a doença no estágio inicial.

Um exame pélvico, em que o especialista inspeciona a pelve da paciente, interna e externamente, e o uso de um pequeno dispositivo no interior da vagina para detectar alguma anomalia ajudam no diagnóstico. Ainda podem ser solicitados exames de sangue para detectar a proteína AC 125, um indicativo de câncer de ovário.

Mulher sentada em cadeira de consultório ginecológico.
O câncer ovariano pode ser detectado por exames ginecológicos.

Se houver alguma suspeita, o especialista poderá solicitar, ainda, exames de imagem como ultrassom, tomografia computadorizada ou ressonância magnética das regiões pélvica e abdominal. Esses exames auxiliam na determinação do tamanho, da forma e das estruturas dos ovários.

Uma biópsia do ovário também poderá ajudar na identificação de eventuais células cancerosas.

Tratamento do câncer ovariano

A forma de tratar o câncer de ovário é determinada por seu estágio, mas pode envolver cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, mais recentemente, imunoterapia.

Tipos de cirurgias para tratar câncer de ovário

O tipo de cirurgia para câncer ovariano depende de como a doença já afetou o corpo da paciente.

Salpingo-ooforectomia unilateral: Nesse tipo de cirurgia, é retirado o ovário afetado e a trompa de Falópio ligada a ele.

Salpingo-ooforectomia bilateral: Nesse caso, ambos os ovários já foram afetados pelo câncer, então, os dois são retirados, assim como as duas trompas.

Histerectomia: Essa cirurgia visa retirar, além dos dois ovários e das duas trompas, o útero da mulher. Essa decisão é tomada pelo médico, se o câncer já tiver alcançado esse órgão.

Cirurgia cito-redutiva: Nos casos mais avançados de câncer ovariano, utiliza-se a cirurgia cito-redutiva. Por meio dela, são retiradas as células cancerígenas de outros órgãos que já foram afetados, como bexiga, cólon, estômago, fígado, baço, entre outros.

Quimioterapia e radioterapia para câncer de ovário

A quimioterapia nada mais é que o uso de certos medicamentos que impedem as células cancerígenas de se desenvolverem e se multiplicarem. Em geral, ela é feita com injeções diretamente na veia, mas algumas vezes podem ser utilizados comprimidos que terão o mesmo efeito — usados se o câncer estiver em estágio inicial. Em geral, a duração da quimioterapia para o câncer ovariano é de aproximadamente seis meses.

O objetivo da quimioterapia é eliminar as células tumorais e varia de acordo com o câncer.
O Câncer ovariano pode ser tratado através de quimioterapia.

O médico ainda pode indicar sessões de radioterapia para complementar o tratamento quimioterápico, sobretudo se houver riscos de o câncer voltar a aparecer no local ou em outro órgão, o que é conhecido como metástase.

Imunoterapia para tratar câncer de ovário

O uso de imunoterapia em câncer ovariano ainda está em fase de estudos, mas se mostra muito promissor. Os resultados são animadores e a expectativa é que, com o ensaio clínico em andamento, o pedido de registro em aprovação possa ser submetido em 2022.

Portanto, diante do que foi discutido no artigo, percebemos que os exames de rotina são a melhor forma de lidar com esse câncer silencioso. Isso porque, quanto mais cedo ele for diagnosticado, maiores serão as opções de tratamentos menos invasivos, bem como as chances de cura.

Assim, é muito importante ter o acompanhamento de um ginecologista para realizar exames periódicos, a fim de detectar o câncer ovariano ou outras doenças.

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