Ajudando mulher com TOC.

Como ajudar uma pessoa que tem TOC? Entenda qual o papel da família e amigos no tratamento do transtorno!

O tema Transtorno Obsessivo Compulsivo já foi amplamente abordado no blog do BoaConsulta, mas apesar desmembrarmos os mais diversos temas que envolvem a psicopatologia, pouco falamos de como realmente ajudar uma pessoa com esse quadro.

Sendo assim, ao longo desse post, iremos trabalhar e entendermos melhor, o papel do apoio familiar e de amigos para o tratamento e retomada da qualidade de vida, para pacientes com TOC.

O TOC não é um transtorno novo, muito menos uma psicopatologia da moda, trata-se de um transtorno do grupo dos ansiosos e é um assunto muito sério, por ser uma das doenças psicológicas, mais incapacitantes da atualidade, segundo da Organização Mundial da Saúde (OMS).

O TOC é caracterizado por ocasionar pensamentos do tipo Obsessivo, estes pensamentos podem ser dos mais diversos, que geralmente, provocam muita ansiedade e angústia na pessoa. E para tentar aliviar os sintomas, as pessoas com o quadro, tendem a desenvolver comportamentos ritualísticos, com o proposito de aliviar o pensamento que o faz sentir-se ansioso, angustiado e o faz sofrer.

Além disso, o quadro de TOC, quando diagnosticado, normalmente chega ao consultório já em estágio avançado, além de também estar acompanhado de outros transtornos, como a própria ansiedade e depressão.

Quando não, esta primeiro ida ao consultório psiquiátrico ou do psicólogo, ocorre após uma tentativa suicídio. Dado que, 12% dos pacientes com o transtorno já tentaram suicídio e pelo menos metade, confessam já ter pensado a respeito, e 25% pensam neste exato momento, segundo dados publicados pela USP.

Após citarmos esses dados alarmantes, vamos abordar formas que você familiar ou amigo, tem para ajudar uma pessoa com o transtorno.

Como a família e amigos podem ajudar uma pessoa com TOC?

A primeira coisa que é preciso compreender, é que estamos falando de uma psicopatologia de curso crônico, sem causas plenamente definidas, mas que possuem ótimos prognósticos, devido aos tratamentos com fármacos e sessões de terapias comportamentais.

Em geral, o Transtorno Obsessivo Compulsivo, leva em média, cerca de 08 a 10 anos para ser diagnosticado clinicamente, após o surgimento dos primeiros sinais. Atribuímos isso principalmente ao desconhecimento e banalização do transtorno, normalmente associado a simples manias.

Ilustração diferença entre toc e mania.
Existe uma grande diferença entre TOC e Mania.

O que dificulta muito que a pessoa procure ajuda, principalmente por relacionar o transtorno a algo pejorativos, devido ao preconceito que ronda a psicopatologia.

Mas não apenas o preconceito dificulta esse diagnóstico, mas também o fato de estamos falando de uma doença muito incapacitante, capaz de fazer uma pessoa se isolar e evitar relações pessoais até mesmo com familiares.

Nesse momento, o apoio de amigos e familiária contribui e muito para o reestabelecimento da qualidade de vida da pessoa, visto que o transtorno proporciona ao indivíduo, extremo sofrimento e debilitação das relações pessoais, profissionais e academias. Vale ressaltar, que o transtorno gera sofrimento para a pessoa e também para as pessoas de seu convívio.

Entendendo melhor o papel de familiares e amigos nesse momento, vamos entender quais ações você pode ter, para ajudar uma pessoa com o TOC.

Convide a pessoa a buscar ajuda

A primeira e melhor coisa a se fazer é convidar a pessoa a buscar ajuda, isso mesmo convidar, jamais tente forçar, obrigar ou brigar para que a pessoa busque ajuda, isso ao invés de ajudar, vai atrapalhar e muito.

A melhor dica possível é você buscar orientação de um profissional, assim poderá usar as ferramentas certas, para mostrar a pessoa que ela precisa de ajuda e que o seu estado pode ser melhorado, sessando o sofrimento.

Essa orientação pode vir de um psicólogo, pois o especialista avaliará o paciente de forma única, entendendo o caso e suas peculiaridades, para propor as melhores estratégias de tratamento.

Mulher oferecendo ajuda para homem com TOC.
Mulher convidando homem a procurar tratamento para TOC.

Esse tratamento pode ser feito pelo psicólogo, através de terapia cognitivo-comportamental e também pelo psiquiatra, através de fármacos, com propriedades inibidoras de recaptação de serotonina.

É muito importante acompanhar a pessoa em suas primeiras consultas, assim será possível entender o caso da pessoa em específico, compreender os gatilhos e assim, você conseguirá ajudar a manter a resiliência da pessoa, com o tratamento do TOC.

Seja paciente e compreensivo

A pessoa com TOC desenvolve alguns comportamentos que em muito casos, parece irracional, estes comportamentos\rituais surgem como uma forma de aliviar pensamentos obsessivos que a pessoa tem.

Por vezes, pessoas com esses comportamentos incluem seus familiares e amigos nesses rituais, como, por exemplo, obrigado a pessoa a lavar a mão diversas vezes ou tirar os sapatos para entrar em casa, comportamentos que podem gerar muito desconforto para as pessoas a volta do portador do transtorno.

Pessoas reunidas ao roda.
Pacientes com TOC costumam envolver seus familiares em suas ações.

Mas você não deve brigar, ridicularizar ou menosprezar a pessoa por isso, por mais que seja irritante, a pessoa também sofre por estar nessa condição, e principalmente com esse comportamento tão incomum.

Sendo assim, seja paciente, entenda que isso faz parte, mesmo durante o tratamento e aproveite para ajudar a pessoa a superar esse problema.

Tenha atenção aos gatilhos

Assim como em transtornos como a ansiedade, depressão e pânico o TOC também possui seus gatilhos que geram crises, mas estes gatilhos vão variar de pessoa para pessoa, cada caso é único.

Por exemplo, nesse período de pandemia de Coronavírus, pessoas com TOC e que sua obsessão é o medo exagerado de contaminações e infecções, podem ter crises muito frequentes, podendo levar a pessoa a se isolar ao extremo, por medo.

Existe também a possibilidade de este, se tornar o gatilho para que pessoas apresentem os primeiros sintomas de TOC, e vale ficar atento(a) para buscar auxílio profissional quanto antes.

Evidencie os avanços

Durante o tratamento do TOC é extremamente necessário o apoio familiar e de amigos, principalmente se considerarmos o quão exaustivo é o processo de enfrentar os próprios medos e o quanto é desafiador mudar a forma de pensar.

As pessoas próximas devem demonstrar sempre que entendem o que a pessoa esta passando, que respeitam a condição e que estão sempre prontas para ajudar a pessoa a superar o transtorno.

Reconhecer os avanços ao longo do tratamento é fundamental, ajuda a pessoa a entender que esta avançando, cria um senso se recompensa, além disso, contribui para a resiliência da pessoa para com a sua recuperação.

Não contribua com os rituais

Quando temos uma pessoa com TOC em casa ou no trabalho, uma vez consciente da condição, não é incomum a pessoa ceder aos comportamentos da pessoa, visto que, tende a parecer que estamos ajudando e respeitando a pessoa e seu transtorno.

Mas ceder aos desejos compulsivos da pessoa, tende a piorar o quadro, normalizando e contribuindo para o agravamento e recorrência do comportamento compulsivo.

A tendência é ser prejudicial ao paciente e principalmente a família, dado que esse comportamento tende a piorar com o passar do tempo.

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