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Telemedicina: Como funciona e quais as vantagens?

A Telemedicina é a modalidade online utilizada para cuidar dos pacientes a distância, troca de informações entre profissionais de saúde e análise de resultados de exames. Os principais processos da telemedicina são: Teleconsulta, Telemonitoramento, Telediagnóstico, Telelaudos e Telecirurgias.

Durante muito tempo, a medicina funcionou dentro de um mesmo padrão: o paciente agenda uma consulta, vai até o consultório e é atendido pelo seu médico. Nos últimos anos, contudo, desde o início da revolução tecnológica, mudanças começaram a alterar os pilares da saúde, entre eles, a telemedicina. 

Essa tecnologia amplia a oferta de serviços clínicos em situações em que profissionais da saúde e pacientes estão distantes um do outro. Além disso, em caso de dúvidas ou necessidade de uma segunda opinião, o profissional pode pedir ajuda de outro especialista via videoconferência, áudio, telefone ou e-mail — sem obstáculos na comunicação. 

Com o avanço do acesso à internet e a praticidade das tecnologias adjacentes, essa opção tem tudo para se tornar cada vez mais viável e presente em clínicas e hospitais brasileiros. Alguns obstáculos, todavia, impedem a sua atuação no país.

No post de hoje, elaboramos um guia com tudo que você precisa saber sobre a telemedicina, inclusive sobre sua recente regulamentação devido È pandemia do Coronavírus. 

Continue a leitura e conheça todas as possibilidades e facilidades que essa tecnologia oferece. 

Afinal, o que é a telemedicina?

De origem grega, “tele” significa distância. E é exatamente isso que a telemedicina representa. Trata-se de uma modalidade médica em que os serviços são disponibilizados remotamente, o que é possível com o uso de tecnologias modernas. 

Dessa maneira, os cuidados com a saúde são facilitados, com assistência médica online para pacientes e auxílio aos profissionais da saúde, clínicas e hospitais de diversos tamanhos e especialidades.

A telemedicina acontece por meio de plataformas online de acesso pelo computador, tablet ou smartphone, o que garante uma elevada velocidade na troca de informações e é um suporte e tanto para a medicina tradicional. 

Essa ferramenta surgiu devido à evolução do conhecimento científico e aprimoramento de recursos digitais, permitindo que o apoio de profissionais qualificados seja levado a locais distantes de forma eficiente. 

Além disso, a telemedicina também oferece recursos de monitoração de parâmetros fisiológicos, para que desvios sejam detectados o mais rápido possível, antes que doenças se agravem e provoquem danos irreparáveis para o paciente. 

Contar com essa estratégia, portanto, é sinônimo de grande potencial em melhorias para a assistência à saúde nos mais diversos lugares do mundo, pois agiliza processos e coloca um número maior de pessoas em contato com profissionais capacitados e especialistas.

Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a telemedicina não é uma inimiga, muito menos uma substituta da medicina usual. Na verdade, ela representa um grande avanço para área, contribuindo também para aprimorar o seu lado mais humano. 

A possibilidade de atendimento e acompanhamento médico a distância se tornou ainda mais atrativa com a chegada no Coronavírus. A necessidade de distanciamento social acelerou a implementação da telemedicina, que foi regulamentada temporariamente no país para o período de pandemia. 

Como a telemedicina funciona?

A telemedicina nasceu ainda na década de 50, desde aquela época, evoluiu muito. No começo, eram poucos os hospitais que utilizavam televisões para alcançar os pacientes mais remotos. 

Todavia, com o avanço dos meios de comunicação, o contato entre médico e paciente foi facilitado e essa relação passou a ser cada vez mais próxima com ajuda do telefone fixo, depois com os celulares e, hoje, com a internet. Computadores, tablets e smartphones trouxeram o conceito de videoconferência e ajudam ainda mais na troca de informações, levando conhecimento ao alcance de todos. 

Hoje, a telemedicina faz parte de algo mais amplo, conhecido como saúde digital ou eHealth. Segundo a Healthcare Information and Management Systems Society (HIMSS), esse conceito é o conjunto de tecnologias associadas à internet, com foco em promover melhorias nas condições e processos clínicos do sistema de saúde.

Assim, esses recursos otimizam o tempo dos atendimentos clínicos e hospitalares e reduzem custos operacionais, especialmente quanto ao deslocamento dos profissionais e demais despesas logísticas. 

Confira, a seguir, quais são as principais áreas de atuação da telemedicina. 

Telelaudos

A emissão de laudos à distância é uma das principais vantagens da telemedicina. Isso é possível por meio de softwares de saúde que promovem o recebimento de exames, radiografias, tomografias, ressonâncias magnéticas, eletrocardiogramas e ecocardiogramas, para análise e diagnóstico por um especialista. 

Além da agilidade proporcionada pela emissão de telelaudos, essa ferramenta contribui ainda para a diminuição dos custos com materiais para impressão, como papel e filmes radiográficos, o que é muito benéfico para o orçamento da instituição e também para o meio ambiente, visto que o uso desses materiais poluentes é reduzido. 

Teleconsulta

Permitindo o atendimento médico à distância, a teleconsulta trata-se de diversos tipos de serviço da rotina clínica praticados em um ambiente digital, como triagem, orientação e acompanhamento do paciente. 

Além disso, essas consultas podem ser feitas entre o próprio médico com outros especialistas, seja para contar com uma segunda opinião ou discutir sobre melhores métodos de diagnóstico e tratamento — tudo isso dentro de uma plataforma digital por meio de videoconferências, troca de áudios ou chat. 

Telecirurgia

Na telecirurgia, o procedimento invasivo é realizado por um robô, o qual é manipulado pelo médico de forma remota e é muito importante em caso de cirurgias extremamente específicas com poucos especialistas aptos para realizá-las. Esse profissional pode estar em outro hospital, cidade, estado, região ou até mesmo em outro país.

Todavia, uma das exigências da legislação é que um médico esteja presente durante o procedimento, para que ele dê continuidade quando ocorra alguma intercorrência, como quedas de energia. Ademais, o hospital deve utilizar um software de qualidade, que garanta a segurança dos comandos e informações transmitidas.

Quanto às cirurgias realizadas por meio de videoconferência, a equipe receptora das imagens, áudios e demais dados deve ser formada por médicos.

Telediagnóstico

Com os telelaudos emitidos pelas clínicas de diagnósticos e hospitais, especialistas de qualquer lugar podem avaliar as imagens e dados e definir um diagnóstico. 

Assim, o paciente é completamente beneficiado, visto que o tempo que ele precisa aguardar por um resultado de exame cai e a sua condição de saúde pode ser detectada bem antes, o que aumentam as chances de que o tratamento aplicado seja de sucesso e resulte na sua cura.

Telemonitoramento

A vigilância de parâmetros de saúde de um paciente à distância, o qual pode estar em internação clínica ou domiciliar, é chamada de telemonitoramento. Isso é possível por meio de equipamentos e dispositivos implantáveis ou agregados que medem os sinais vitais do paciente e transmitem esses dados diretamente para o médico responsável.

Assim como na telecirurgia, é preciso que um médico esteja presente no local para a instalação e controle periódico dos respectivos aparelhos, tudo para que eles funcionem de modo adequado. 

Como se dá a aplicação da telemedicina no Brasil?

A tecnologia em saúde começou a marcar presença no Brasil na década de 90, quando a expansão da internet possibilitou a emissão de laudos online, mais especificamente quanto a transmissão de resultados de eletrocardiograma por fax. Esse foi o marco inicial da telemedicina no país.

Em 2002, foi fundado Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde, com o objetivo de discutir mais sobre o tema e aumentar a credibilidade para o setor, com apresentação de tendências mundiais do ramo digital. Desde então, os investimentos e pesquisas na área aumentaram significativamente.

Nos últimos anos, empresas médicas e órgãos regulamentadores tem voltado esforços para promover a disseminação de programas que incentivam a medicina remota. As principais universidades brasileiras, tanto públicas quanto privadas, já dispõem de equipes e núcleos voltados especificamente para o estudo da aplicação da telemedicina. 

Além disso, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação desenvolveu a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE), com centenas de unidades em operação em todo o país.

Resolução da telemedicina no Brasil

Em nível mundial, a telemedicina é regulada pelo órgão norte-americano American Telemedicine Association (ATA). No Brasil, logo no começo, as normas éticas e padrões de atendimento adotados eram aqueles definidos pelas organizações internacionais. 

A partir de 2002, com a criação do Conselho Brasileiro de Telemedicina e Telessaúde e ampliação dos serviços oferecidos, foram estabelecidas normas e resoluções nacionais para orientar esse tipo de trabalho, que é regido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM).

 

A Lei 1.643 de 2002 do CFM foi a primeira a regular a telemedicina como modalidade médica no país. Segundo essa norma, todas as empresas que prestam o serviço, devem contar com um médico responsável técnico e ter registro no Conselho Regional de Medicina. 

A legislação também indica que toda a infraestrutura tecnológica utilizada pela telemedicina deve ser apropriada e seguir as normas referentes ao armazenamento, manuseio e transmissão de dados, garantindo a confidencialidade, privacidade e sigilo profissional. 

A Resolução RDC/ANVISA n. 302 de 2005, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), também estabelece normas sobre o armazenamento de imagens e dados dos pacientes, entre elas a guarda de laudos por 5 anos pelas instituições que realizaram os procedimentos. 

A Resolução CFM n. 1.821 de 2007 também reforça que as empresas que prestam serviços de telemedicina tenham meios tecnológicos seguros para arquivar as informações obtidas.

A última legislação publicada pelo CFM sobre as regulamentações da telemedicina antes da pandemia havia sido a resolução nº 2.227/2018, que permite a sua prática dentro do território nacional. No dia 23 fevereiro de 2019, contudo, os conselheiros do Conselho Federal de Medicina decidiram revogá-la. 

Desta forma, até a chegada do Coronavírus ao país, não se sabia dizer quando a prática entraria em vigor. A pandemia chegou abalando o país e medidas extremas precisaram ser tomadas. 

Para lidar com a nova realidade mundial, o Ministério da Saúde regulamentou de maneira temporária a telemedicina no Brasil. Milhões de pessoas já foram beneficiadas. Falaremos mais sobre isso no tópico seguinte. 

Ministério da Saúde regulamenta a Telemedicina durante a pandemia 

No dia 20 de março de 2020 foi divulgada a Portaria n°467 do Ministério da Saúde que autoriza o uso da telemedicina durante o período de pandemia decretado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Com caráter excepcional e temporário, a norma visa operacionalizar e regulamentar medidas de enfrentamento à pandemia de Coronavírus durante o estado de emergência pública de importância internacional. 

Através da telemedicina tornou-se possível acesso à saúde mesmo em distanciamento social. As aglomerações em salas de espera de hospitais e clínicas médicas poderiam vir a agravar a situação, já que o vírus é contagioso e facilmente transmitido por gotículas respiratórias. 

Além disso, o atendimento à distância amplia o alcance do sistema de saúde, levando assistência a regiões carentes em profissionais de saúde. 

Contudo, nada mudou muito desde que a resolução nº 2.227/2018, foi revogada. Há ainda uma grande preocupação envolvendo o assunto, que deve ser tratado com muita cautela. 

A portaria prevê padrões normativos e éticos de atendimento similares ao presencial para as teleconsultas. 

Em todos os casos, ao empregarem a telemedicina com objetivo de reduzir a propagação do COVID-19, os médicos devem, conforme letra da lei: 

I – atender aos preceitos éticos de beneficência, não-maleficência, sigilo das informações e autonomia; 

II – observar as normas e orientações do Ministério da Saúde sobre notificação compulsória, em especial as listadas no Protocolo de Manejo Clínico do Coronavírus (COVID-19), disponível no endereço eletrônico do Ministério da Saúde.

Além disso, nem todas as áreas da telemedicina mencionadas anteriormente nesse artigo foram regulamentadas, apenas algumas, consideradas essenciais para o período. 

As ações autorizadas contemplam: 

  • Atendimento pré-clínico
  • Suporte assistencial
  • Consulta
  • Monitoramento 
  • Diagnóstico

Sigilo médico

Um dos pontos mais destacados pelas legislações que regulamentam a telemedicina é a necessidade do sigilo médico. Para assegurar esse quesito, fica estabelecido que todos os atendimentos devem ser gravados e armazenados, com envio de um relatório para o paciente. 

Além disso, o paciente ou seu representante legal deve concordar sobre a gravação e transmissão de dados e imagens, por meio de autorização expressa — com consentimento informado, livre e esclarecido, por escrito e assinado.

No âmbito do sigilo médico, não podemos deixar de destacar que uma das maiores preocupações com a telemedicina é a segurança dos dados dos pacientes e de todas as operações realizadas. 

No entanto, essa é uma das maiores vantagens dos sistemas informatizados: os arquivos gerados só podem ser acessados por pessoas autorizadas, por meio de identificação e validação. Isso é possível pois esses softwares apresentam mecanismos de login e senha, o que torna o ambiente 100% seguro. 

Os portais e plataformas de telemedicina arquivam todos os resultados de exames e laudos médicos em um espaço restrito e muito seguro da internet — a nuvem. Assim, os documentos ficam protegidos tanto dos danos decorrentes da ação do tempo quanto do manuseio incorreto e perdas. 

Aliás, todos eles podem ser acessados a qualquer hora e de qualquer lugar com apenas alguns cliques, o que é um dos maiores benefícios do armazenamento virtual. 

Para as clínicas e hospitais, a possibilidade de fazer o arquivamento digital elimina a necessidade de ter um local físico para guardar papéis, pastas e arquivos. Desse modo, a instituição diminui gastos com impressão de documentos e imagens, além de reduzir custos com a manutenção do local, que pode passar a ser utilizado para outros fins, como um consultório a mais ou até mesmo uma sala de espera mais confortável para os pacientes.

Por fim, não podemos deixar de citar que todos os dados desse sistema são criptografados, o que impede que eles parem nas mãos de pessoas erradas.

Prontuário clínico

A portaria n° 467/20 do Ministério da Saúde dispõe ainda de regras quanto ao prontuário médico, outra questão muito debatida quando o tema é telemedicina no país. 

Assim como em consultas presenciais, um prontuário clínico deve ser redigido a partir do atendimento à distância. O mesmo cuidado que o médico teria no modelo mais tradicional, deverá ter nesses casos, incluindo em registro todas as informações clínicas relevantes para a condução do caso. 

Informações básicas são indispensáveis, como data e hora do atendimento, e número de registo no Conselho Regional Profissional e da sua federação. Além disso, é necessário deixar explícito qual foi o mecanismo usado durante a consulta.  

Receitas e atestados médicos

O mesmo documento permite a emissão de receitas e atestados a partir de teleconsultas. Contudo, para que sejam validados, o médico deverá fazer uso de assinatura eletrônica utilizando certificados e chaves emitidos pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil.

Bem como em receitas e atestados físicos, não pode haver nenhuma alteração dos dados documentados após assinatura médica, ou eles se tornaram inválidos. 

Além dos dados do paciente, deve constar identificação do médico e seu CRM, associação de dados eletrônicos do médico, registro de data, hora e duração do atestado. 

Aplicação da tecnologia no país

Programas de referência em Inteligência Artificial e telemedicina estão presentes nos principais hospitais do Brasil, a exemplo do Albert Einstein. Nesta instituição, equipamentos de imagem altamente modernos são capazes de identificar possíveis doenças e encaminhar uma notificação automaticamente para o médico solicitante. 

Outros aparelhos disponíveis fazem a medição dos sinais vitais do paciente e enviam os resultados diretamente para seus prontuários, o que permite aplicação do melhor tratamento o ajuste imediato das doses dos medicamentos, por exemplo.

Quanto ao Sistema Único de Saúde (SUS), o governo já investiu em três supercomputadores que aumentam em até 10 vezes a capacidade de armazenamento de dados para a saúde pública. 

Além disso, a possibilidade de atendimento à distância beneficiaria diversas famílias, visto que o tamanho continental do nosso país é um dos maiores obstáculos quando o assunto é fornecer assistência médica qualificada para toda a população. 

Observe os seguintes dados: 72% dos médicos especialistas brasileiros estão concentrados nas regiões sul e sudeste. São mais de 150 profissionais que fizeram residência para cada 100 mil habitantes, índice que, na região norte, é três vezes menor. Isso mostra como os recursos da telemedicina são importantes para levar atendimento médico para regiões afastadas. 

Telemedicina no Sistema Único de Saúde (SUS)

Como vimos anteriormente, o SUS também tem investido em telemedicina. OS atendimentos à distância foram a solução encontrada pelo Ministério da Saúde para lidar com o cenário descrito no tópico acima. Essa necessidade impulsionou a criação da Comissão Permanente de Telessaúde e o Comitê Executivo de Telessaúde em 2006.

Inicialmente, foram constituídos Núcleos de Telessaúde em Universidades, através dos quais seriam implementados 100 pontos de telessaúde em cada estado, os quais receberiam os investimentos destinados exclusivamente a tele-educação e teleassistência. 

Logo nasceu a Rede Universitária de Telemedicina (RUTE) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), projeto disciplinado pela Portaria MS nº 2.546/11.

Todas essas medidas visavam a implementação da telemedicina no SUS, que vinha acontecendo vagarosamente nos últimos anos. Até então, eram autorizadas ações nas seguintes áreas: 

  • Teleconsultoria
  • Telediagnóstico
  • Teleducação
  • Segunda opinião formativa

Com as mudanças temporárias por causa da pandemia, enquanto durar o estado de calamidade pública, além das ações citadas acima, estão autorizadas ao SUS: 

  • Atendimento pré-clínico
  • Suporte assistencial
  • Consulta
  • Monitoramento 
  • Diagnóstico 

A importância da Telemedicina durante a pandemia

A telemedicina traz consigo uma série de vantagens tanto para o médico como para o paciente independente da situação. Contudo, ela se torna uma ferramenta ainda mais importante em um momento de crise, especialmente neste, que requer distanciamento social. 

O Coronavírus é um vírus altamente contagioso. Sua transmissão acontece por vias respiratórias, portanto, basta estar próximo de alguém contaminado para correr o risco de infecção. As vias de contaminação viral são principalmente olhos, boca e nariz. 

Embora já tenhamos avançado na compreensão da Covid-19, doença por ele provocada, ainda não se sabe exatamente quais as melhores forma de enfrentá-la. A prevenção é, sem dúvidas, o melhor caminho. 

Por isso, a recomendação do Ministério da Saúde permanece sendo evitar contato com muitas pessoas, principalmente aglomerações. 

A telemedicina surge como solução para levar saúde a todos sem interromper o distanciamento social orientado. Na verdade, durante a pandemia, a recomendação é que você não busque atendimentos presenciais em hospitais ou clínicas médicas se não for caso de extrema necessidade. É nesses locais que os doentes com Covid-19 estão sendo tratados, você correria risco de infecção. 

Contudo, graças a telemedicina, você pode receber assistência médica sem sair de casa. Além disso, essa é a alternativa perfeita para pessoas que moram em regiões mais afastadas e por isso possuem dificuldade de acesso à saúde. Mesmo que não haja na sua cidade um médico especialista em uma determinada área, você poderá ter acesso a esse profissional através do uso da tecnologia.

A pandemia tornou-se o momento propício para darmos um passo muito importante para a medicina de uma maneira geral. Certamente agora as coisas andarão um pouco mais rápido em relação à regulamentação da telemedicina. 

Quais serviços podem ser oferecidos por meio da Telemedicina?

Nem sempre será possível recorrer a telemedicina, alguns procedimentos seguem sendo realizados estritamente sobre metodologia presencial. Cabe ainda ao médico, juntamente com o seu paciente, avaliar a viabilidade do atendimento à distância. 

Aqui algumas das principais especialidades que podem utilizar Telemedicina:: 

  • Oftalmologia
  • Ortopedia
  • Dermatologia
  • Pediatria
  • Cardiologia
  • Gastro
  • Ginecologia
  • Urologia
  • Psicologia
  • Fisioterapia
  • Enfermagem
  • Nutricionista
  • Psicologia
  • Clínico Geral

Quais as vantagens da telemedicina?

Ao longo do texto, você já pode observar algumas das principais vantagens da tecnologia aplicada à saúde, as quais beneficiam tanto os profissionais da área médica quanto os pacientes. Nos tópicos a seguir, reunimos quais são as de maior destaque. Descubra mais sobre elas.

Agilidade no atendimento

Devido ao armazenamento virtual, os dados e resultados de exames do paciente ficam disponíveis na web, com acesso de qualquer dispositivo eletrônico, inclusive móveis, como tablets e smartphones. 

Com isso, o profissional da saúde consegue acessar o conteúdo rapidamente, de qualquer lugar, 24 horas por dia. Ademais, o paciente também pode visualizar seus exames, desde que receba um login e senha para adentrar no sistema. 

Isso é uma vantagem e tanto considerando que, no passado, os laudos eram enviados por correio ou mediante retirada pelo paciente. 

Na nuvem, os arquivos ficam guardados de maneira organizada e são encontrados com maior facilidade. Dessa forma, o médico não perde tempo procurando as informações que precisa, podendo voltar a sua atenção para oferecer um atendimento mais atencioso e humano para seus pacientes.  

Assim, todos saem ganhando: a equipe clínica, consultório ou hospital, que dispõem de mais tempo para organizar a rotina de atendimentos junto com o especialista, e o paciente, que usufrui de um atendimento mais ágil e de maior qualidade. 

Segurança e integração das informações

Todos os resultados de exames e dados dos pacientes são armazenados na nuvem, de forma muito segura, e podem ser integrados facilmente com outros sistemas, como ao prontuário eletrônico do paciente. Assim, a análise do médico sobre a sua condição de saúde se torna ainda mais eficiente, o que permite a emissão de um diagnóstico preciso e seguro. 

Melhorias no agendamento das consultas

Não tem nada mais chato do que passar um tempão pendurado no telefone para marcar um horário com o médico, não é mesmo? Com o agendamento de consultas online, esse problema ficou para trás. 

Nestas plataformas e apps, bastam alguns cliques para encontrar e escolher um médico online e, em seguida, ter a agenda livre deste profissional nas suas mãos. Assim, fica bem mais fácil encontrar o dia e hora que você precisa, sem complicações ou estresse.

Facilidade na troca de informações

Na medicina, nenhum profissional trabalha sozinho. Eles estão sempre conectados e trocando dados sobre os seus pacientes, discutindo sobre técnicas modernas e tratamentos mais adequados para cada tipo de condição. 

Por isso, contar com um sistema que facilita essa comunicação constante é primordial. Na telemedicina, todas as informações podem ser compartilhadas de forma prática, sejam elas documentos escritos, áudios, imagens ou vídeos. 

Acesso facilitado a exames 

Com o desenvolvimento da telemedicina, os exames realizados podem ser laudados à distância. Isso significa que procedimentos simples passam a ser realizados por técnicos de enfermagem ou radiologia do local, com a composição do laudo pelo especialista qualificado na área do teste de qualquer lugar, o que reduz o custo global para a instituição de saúde. 

Dessa maneira, as empresas mantêm um time completo de especialistas para fazer os atendimentos, sem a necessidade de que eles se desloquem até o local para emitir um laudo.

Auxílio no monitoramento dos pacientes

Os aparelhos altamente modernos que fazem o controle dos parâmetros biológicos e sinais vitais dos pacientes exercem um papel de destaque no caso de doenças crônicas e quadros graves. 

Enviando os dados diretamente para o prontuário, o telemonitoramento permite que medidas rápidas sejam tomadas pelos médicos assim que avisos são emitidos pelos equipamentos, o que ajuda a evitar complicações e até mesmo o óbito do paciente

Além disso, os familiares e cuidadores também têm acesso a esses dados, o que auxilia na hora de conferir detalhes sobre o tratamento, medicações e outras recomendações médicas, formando uma verdadeira equipe de atenção ao paciente. 

Acesso a especialistas e medicina de ponta

Para regiões afastadas, com déficit no número de médicos, principalmente especialistas, a telemedicina quebra barreiras geográficas e populações que antes não tinham acesso aos serviços de saúde são beneficiadas. Sem a necessidade de se deslocar para a capital para fazer consultas, exames específicos e ter acesso à medicina de ponta, essa também é uma comodidade para pessoas com dificuldades de locomoção, como deficientes e idosos. 

Ademais, os custos com transportes deixam de existir, o que faz a diferença no orçamento dessas pessoas e também dos cofres públicos, quando o sistema público é o responsável pelos atendimentos.

Implementação da telemedicina 

O maior desafio no que se trata da implementação da telemedicina no país é o temor tanto de médicos quanto de pacientes diante do novo. Realmente, para quem nunca passou por uma teleconsulta, pode parecer algo no mínimo estranho falar em atendimento médico à distância, mas acredite, é mais tranquilo do que você imagina.

Para atendimento, são necessários alguns requisitos básicos, como: 

  • Computador, celular ou tablet
  • Acesso à internet
  • O médico deve possuir Certificado Digital padrão ICP – Brasil (E-CPF) para que possa assinar documentos digitalmente
  • Em caso de atendimento por plano de saúde, é necessário verificar com as operadoras a respeito de regras específicas para este tipo de atendimento
  • A consulta deve ser realizada por meio de um software preparado para telemedicina, que atenda a legislação e as normas do Conselho Federal de Medicina. 

Existem muitas boas plataformas já disponíveis no mercado, algumas delas, completamente gratuitas. Geralmente, essas ferramentas permitem ao paciente agendar e até mesmo pagar pelo atendimento online. 

Além disso, o mecanismo deve permitir a assinatura médica por meio da assinatura digital padrão ICP-Brasil em receitas de medicamentos, atestados, solicitações de exames e documentos de encaminhamentos. 

Prós e contras da telemedicina 

Se você chegou aqui, já conhece todas as vantagens da telemedicina, em especial durante este momento de pandemia. A possibilidade de receber atendimento médico em qualquer hora e de qualquer lugar é realmente muito atrativa para todos. Não é a toa que este novo campo de trabalho tem recebido tanta atenção dos profissionais da saúde. 

Contudo, existem motivos para a norma ter sido revogada em 2019. A especialidade ainda é alvo de muitas discussões. A maior preocupação é com as consequências da falta de contato pessoal, há muito temor de que se perca em qualidade quando se fala em consultas à distância. 

Outra preocupação, também bastante relevante, seria uma eventual falta de proteção em relação a informações sigilosas, em especial a respeito do prontuário, o que poderia causar um aumento acentuado de demandas judiciais por reparos de danos em um curto prazo.

Estamos no caminho de resolver ambas as questões. Para começar, o propósito não é substituir o atendimento presencial, mas complementá-lo. Sendo assim, não há motivo para nos preocuparmos quanto a isso. Se você não se sente bem com esse tipo de atendimento, poderá seguir com as consultas presenciais normalmente. 

Em relação ao sigilo, graças aos avanços das tecnologias de informação, guardar documentos na nuvem se torna algo cada vez mais seguro. As informações são criptografadas, o que torna esse sistema mais seguro do que qualquer armazenamento físico. 

A telemedicina chegou para revolucionar a área da saúde. Desde seus primórdios até os dias atuais, com o surgimento das televisões, celulares e o advento da internet, essa tecnologia trouxe benefícios incomparáveis para os profissionais da saúde e pacientes. 

Seja por meio da emissão de laudos à distância ou na realização de consultas, monitoramento, diagnósticos ou até mesmo cirurgias de forma remota, essa tecnologia leva para as áreas mais distantes o atendimento em saúde a que essa população não tinha acesso anteriormente.

Nossa expectativa é que não hajam retrocessos, e que os caminhos traçados às pressas durante a pandemia abram portas para que a telemedicina permaneça uma opção a disposição de todos os que precisam.

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2 Comments

  1. Vera Lucia Pereira Formagio disse:

    Eu tenho 62 anos e à 15 dias estou com uma diarreia que tudo que eu como evacuo, e além de estar com uma tipo um bola enorme na altura do ombro direito e muito dolorido, a noite eu acordo varias vezes pela dor e acontece também pela diarreia, não tenho febre e e as outras dores são da coluna cervical e lombar pois já fui diagnosticada com hérnia de disco e também tive problemas na cística, mas na época tinha plano de saúde e fiz todo tratamento, infelizmente atualmente estou sem mas me trato em posto de saúde!!!!

  2. Equipe Boa Consulta disse:

    Olá Vera.
    Com o aparecimento dos sintomas anormais, recomendamo que procure auxílio médico, inicialmente um clínico geral será capaz de diagnosticar ou fazer o melhor encaminhamento.

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