10 mitos e verdades sobre anemia falciforme

A anemia falciforme é um tipo de anemia transmitida de pais para filhos. Ela é uma modificação genética, ocorrendo dentro do sangue e deixando que os glóbulos vermelhos, que tem naturalmente o formato dical, passe a ter o formato de foice- daí o nome falciforme.

Das anemias hereditárias, esta é a mais comum, atingindo 1 pessoa a cada 1.000. Ela tem bastante incidência pelo mundo e acomete, principalmente, os afrodescendentes. Para se ter uma ideia do comparativo, 1 a cada 650 pessoas negras na Bahia possuem a doença.

Por se tratar de uma doença congênita, ela só piora com o decorrer do tempo e assim, reduz drasticamente a expectativa de vida do paciente que a possui para, em média, 40 anos. 

O tratamento para a mesma tem sido cada vez mais difícil, principalmente por apresentarem lesões crônicas em todos os órgãos, fazendo com que o paciente tenha crises de dor aguda provocadas pela oclusão dos vasos sanguíneos.

Assim, sequelas neurológicas e outras alterações degenerativas passam a ser consequências.

Quais os sintomas da anemia falciforme?

Os sintomas podem variar de pessoa para pessoa. Mas, em uma regra geral, costumam aparecer de forma mais grave e intensa a partir da segunda metade de ano da vida da criança. Veja:

• Síndrome mão-pé: inchaço, dor e vermelhidão são sintomas sentidos nos pés e mãos da criança, causados pela falta de oxigenação decorrentes do formato das hemácias.
• Crises de dor: esse é um dos principais sintomas da anemia falciforme. Ele acontece porque há a obstrução de pequenos vasos sanguíneos pelos glóbulos vermelhos, que tem o formato de foice (meia lua). Dor em ossos e articulações são as mais comuns. O período de dor pode variar e acontecer várias vezes no ano. Geralmente, estão associados a algo como gestão, período pré-menstrual, desidratação, frio, entre outros.
• Úlcera na perna: é bastante comum de acontecer, principalmente na parte dos tornozelos e durante a adolescência. Ela pode demorar anos para cicatrizar completamente se não forem bem cuidadas logo que aparecem, Usar sapatos e meias grossas para evitar esse tipo de dano é fundamental.
• Infecção: pacientes que possuem anemia falciforme possuem mais chances de serem acometidos por infecções, uma vez que a anemia afeta de modo profundo, o baço, que é o órgão responsável por combater e atuar contra os invasores.

O diagnóstico de tal doença se dá através do teste de pezinho, que é feio ainda nos primeiros dias de vida do bebê. Para adultos que não fizeram o teste, a indicação é do exame de eletroforese de hemoglobina, que detecta a má formação de hemoglobinopatias. 

Mitos e verdades sobre a anemia falciforme

Pensando que esse assunto é bastante polêmico, separamos alguns mitos e verdades que se espalham sobre anemias em geral- e claro, a falciforme também. Vamos lá?

Cozinhar prego na comida ajuda

Essa afirmação é mais um mito em relação à anemia. Não existe nenhuma comprovação científica de que cozinhar objetos de metais dentro da comida aumentará a absorção dela- e muito menos a nossa ao ingeri-la. 

Além disso, na composição dos pregos há outros materiais mais pesados, já que ele não foi criado para essa finalidade. Por tanto, não coloque nenhum objeto de metal na hora de cozinhar seu feijão.

Anemia falciforme não é transmissível

Essa afirmação é verdadeira! A anemia falciforme não é transmissível através de relações sexuais, e muito menos o simples contato com outras pessoa.

Ela é adquirida através dos genes de nossos pais, ou seja, é passada de geração em geração. Juntos, essa alteração, ao invés de promover a hemoglobina normal “A”, passa a produzir a hemoglobina defieicente “S”.

Para quem não sabe, a hemoglobina nada mais é do que a proteína que está dentro da célula, chamada de Glóbulo Vermelho.

Diabetes pode causar anemia

Essa afirmação é verdadeira. Isso porque quando um indivíduo está sofrendo com a diabetes, há nele também, o comprometimento das funções renais e daí, gera-se um quadro de anemia.

Contudo, é preciso deixar uma coisa clara: Essa seria uma anemia simples, de má absorção do ferro e vitaminas e não uma anemia falciforme.

Apenas negros podem sofrer com a anemia falciforme

Isso é um mito! A bem da verdade é que a doença se manifesta mais intensamente em pessoas afrodescendentes, já que o gene HbS teve origem no continente africanao.

Contudo, devido a miscigenação de etnias pelo mundo, qualquer pessoa de qualquer etnia pode desenvolver a doença.

Principalmente aqui no Brasil, onde essa miscigenação é intensa, é bastante comum pessoas brancas terem seus diagnósticos positivos.

Anemia dá vontade de comer terra

Sim, por mais estranho que possa parecer, essa é uma verdade. É um sintoma bastante comum em pessoas que sofrem de anemia ferropriva (com dificuldade em absorver o ferro dos alimentos) e então, o corpo entra em ação para tentar, de alguma forma, suprir essa ausência.

Anemia falciforme tem cura

Infelizmente, essa afirmação é um mito. A anemia falciforme não tem cura e só pode ser controlada através de medicamentos indicados pelo médico que acompanha o caso.

Em alguns casos mais severos, os médicos podem indicar um transplante de medula óssea. Porém, mesmo em casos de transplante, é necessário acompanhamento para o resto da vida.

Atualmente, uma alternativa bastante utilizada é o uso de hidroxiureia, um fármaco potente que auxilia o paciente no enfrentamento da dor, devolvendo um pouco da qualidade de vida de quem sofre com a doença.

Quem sofre com anemia falciforme fica amarelado

Sim, essa afirmação é verdadeira. A icterícia (que é esse aspecto amarelado na pele e nos olhos) acaba acontecendo porque a doença acaba matando precocemente as células sanguíneas.

Além disso, ela não faz o correto transporte de oxigênio pelo organismo, o que pode acarretar em outras doenças como AVC.

Além do tom amarelado da pele, as mucosas da boca e a parte conjuntiva dos olhos (aquela parte de baixo) também ficam esbranquiçadas. Isso pode acontecer com qualquer anemia, não só a falciforme.

Pessoas com anemia não podem praticar atividades físicas

Um recente estudo da UFSCar conseguiu comprovar que a prática regular de atividades físicas ajudam nos sintomas da anemia falciforme. Isso porque a atividade física melhora a atividade vascular do paciente.

Contudo, a prática precisa ser orientada tanto pelo médico quanto pelo profissional de educação física.

Ou seja, através da prática de atividade física, você consegue ter uma melhora do quadro e, além disso, fazer com que o seu corpo consiga responder melhor ao medicamento e tratamento. 

Anemia é um sinal de má alimentação

Isso é um mito, Como falamos, a anemia falciforme acontece de forma genética e hereditária, ou seja, passada de pai para filho. Há sim, o caso em que uma má alimentação acaba levando a pessoa a desenvolver anemia, mas esse não é o caso da falciforme.

A única forma de pegá-la é através da hereditariedade genética da sua família.

A anemia falciforme é tratada com antibiótico

Verdade, principalmente no seu início, quando a criança ainda é bebê. Isso porque o que mais agrava a situação é o fato dela proporcionar o espalhamento de infecções pelo corpo, dado o fato de atacar intrinsecamente o baço.

Assim, para evitar novos surgimentos de infecções, costuma-se medicar antibióticos ainda quando a criança tem meses de vida. As vacinas devem ser mantidas de acordo com o calendário e sempre conversando com o médico sobre a melhor hora de vaciná-la.