Perda de memória: Conheça as principais causas para o problema

Perda de memória. A memória é um dos principais fenômenos psicológicos, e uma das funções mais complexas do organismo humano. É a forma como o cérebro adquire e armazena informações, e também uma parte importante de quem somos. 

Por meio da memória de longo prazo, é possível recordar da infância e de momentos marcantes da vida, e utilizando da memória de curto prazo lembramos de assuntos corriqueiros do dia a dia. 

Quando o paciente passa a apresentar esquecimento e com frequência deixa de se lembrar de certas coisas, pode estar com algum problema relacionado à perda de memória. Certos esquecimentos são comuns, mas outros podem ser sinais de alerta para algo que não vai bem. 

De maneira geral, é possível afirmar que a perda de memória é causada por algum desequilíbrio no funcionamento do cérebro, mas há inúmeras causas para que ela aconteça. Vamos ver a seguir algumas delas com detalhes

Estresse e ansiedade

Esses são os principais fatores que ocasionam a perda de memória, principalmente em pessoas mais jovens. Situações de estresse levam à ativação de muitos neurônios e regiões do cérebro, o que pode sobrecarregá-lo e dificultar sua atividade mesmo ao realizar tarefas simples, como se lembrar de algo. 

Estresse e ansiedade
Estresse e ansiedade

Causas como essas podem levar à perda de memória repentina, ou um lapso de memória, em situações como ao falar em público, fazer uma prova ou após um acontecimento estressante e/ou traumático, por exemplo. 

O tratamento pode focar especificamente na ansiedade, por meio de sessões de psicoterapia, indicação de atividades relaxantes (como meditação, yoga, prática de exercícios físicos) e, em casos mais graves, com o uso de medicação, como os ansiolíticos, que devem ser prescritos pelo psiquiatra. 

Falta de atenção 

A simples falta de atenção ao realizar alguma atividade ou vivenciar alguma situação pode ser motivo para levar ao esquecimento de informações. Quando se está distraído, é muito mais fácil esquecer detalhes, como onde as chaves foram guardadas, por exemplo. 

Nesses casos, a perda de memória não necessariamente indica um problema de saúde. Uma rotina mais agitada e o constante fluxo de informações que nos rodeia podem ser alguns motivos para isso.  

Falta de atenção
Falta de atenção 

Em casos nos quais a perda de memória é mais latente e combinada com outros sintomas, como a impulsividade ou hiperatividade, pode ser preciso investigar se o paciente possui Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Essa condição geralmente aparece na infância e pode acompanhar o indivíduo por toda a sua vida. 

O TDAH se caracteriza por uma combinação de dois tipos de sintoma, a desatenção e a hiperatividade-impulsividade. Em adultos, se manifesta a partir de problemas de desatenção para realizar atividades do cotidiano e do trabalho, bem como dificuldades com a memória. O diagnóstico é geralmente feito por um psiquiatra, e o tratamento envolve medicamentos e psicoterapia.

Em geral, a memória e a concentração podem ser treinadas com a realização de exercícios e atividades que estimulam o cérebro. Hábitos como a leitura, realização de cursos, buscar novos conhecimentos ou jogar palavras cruzadas podem ajudar. A meditação também é um exercício que estimula e facilita a manutenção do foco.

Deficiência de nutrientes

Para manter um bom funcionamento, o sistema nervoso precisa de doses adequadas de nutrientes. A deficiência de vitaminas como a B1 e B12 está intimamente ligada às perdas significativas de memória. 

Alimentação rica em vitamina B12 pode ajudar no combate
Alimentação rica em vitamina B12 pode ajudar no combate

A deficiência da B12, por exemplo, pode acometer pessoas com desnutrição, alcoolistas, indivíduos com alterações na capacidade de absorção do estômago (como em pacientes que passaram por cirurgia bariátrica) e que mudam radicalmente sua alimentação sem acompanhamento nutricional. 

Essa é uma vitamina essencial para o bom funcionamento do organismo, adquirida por meio da alimentação balanceada. A carência de B12 altera o funcionamento cerebral, prejudicando a memória e o raciocínio.

Para tratar esse problema, é possível fazer a reposição das vitaminas a partir de orientações sobre alimentação equilibrada, suplementos nutricionais ou injeções (nos casos de pessoas com má absorção pelo estômago). 

Uso de medicamentos

O consumo de determinados medicamentos em doses altas e por longos períodos de tempo também pode causar danos consideráveis nas funções cognitivas. Alguns dos medicamentos que podem oferecer esses riscos são os ansiolíticos, antidepressivos, relaxantes musculares e soníferos. 

Alguns remédios podem provocar confusão mental e prejudicar a memória. Isso geralmente é mais comum em pacientes que usam sedativos (como Diazepam e Clonazepam, por exemplo) com frequência, ou que combinam remédios de vários tipos, como anticonvulsivantes, neurolépticos e alguns medicamentos para labirintite.

Uso de medicamentos auxilia na perda de memória
Uso de medicamentos auxilia na perda de memória

Estes efeitos variam de pessoa para pessoa, e cabe ao médico fazer uma investigação apurada a respeito das medicações utilizadas para descobrir possíveis causas para a alteração da memória. Em alguns casos, pode ser feita a troca ou suspensão desses remédios com a finalidade de amenizar os sintomas. 

Consumo de tabaco, álcool e drogas

Muitos dos efeitos causados pelo uso de drogas, álcool e tabaco são amplamente conhecidos pela população em geral, como os riscos de desenvolver câncer, cirrose e dependência química, apenas para citar alguns. 

No entanto, substâncias como essas também são muito nocivas à memória, pois podem comprometer a oxigenação do cérebro. O uso contínuo de drogas sintéticas pode causar alterações no funcionamento do cérebro, acarretando perdas neurológicas significativas e consequente perda de memória.  

Perda de memória X Consumo de tabaco, álcool e drogas
Perda de memória X Consumo de tabaco, álcool e drogas

O uso em excesso de drogas como a maconha e cocaína, além de interferir no nível de consciência, também afeta os neurônios, o que pode prejudicar as funções do cérebro

Para evitar que isso aconteça, é importante consumir com moderação, visando a redução de danos. Em casos de dependência, há tratamentos que podem auxiliar, geralmente orientados em unidades como os postos de saúde. 

Sono reduzido

A privação da quantidade mínima de horas de sono por dia também pode contribuir com o desenvolvimento de diversos problemas de saúde, entre eles, a perda de memória. Quem dorme pouco começa a sentir fadiga com frequência, o que interfere na capacidade cerebral de consolidar e recuperar informações.

O descanso diário deve ser de, em média, 6 a 8 horas por dia. Sem isso, a atenção, o foco e o raciocínio podem ser prejudicados, consequentemente levando à perda de memória. 

Sono reduzido colabora para perda de memória
Sono reduzido colabora para perda de memória

Uma boa rotina de sono pode ser adquirida com hábitos regulares, como deitar-se e levantar-se no mesmo horário todos os dias, evitar o consumo de produtos com cafeína após as 17h, e deixar de usar telas (como celular ou TV) algumas horas antes de dormir.

Casos mais graves de insônia podem ser resultado de problemas de ansiedade e são geralmente tratados com medicamentos ansiolíticos, orientados pelo psiquiatra ou médico de família.

Hipotireoidismo X perda de memória

O problema na tireoide que leva à redução na produção dos hormônios T3 e T4 também pode justificar a perda de memória, já que essa glândula ajuda a regular a função do cérebro.

Hipotireoidismo
Hipotireoidismo

Quando não tratado adequadamente, o hipotireoidismo pode causar a lentificação do metabolismo e prejudicar o funcionamento das atividades cerebrais. A perda de memória por esse motivo é geralmente acompanhada de outros sintomas, como sono excessivo, pele seca, unhas e cabelos quebradiços, depressão, dificuldades de concentração e cansaço intenso.

O tratamento para o hipotireoidismo é orientado pelo clínico geral ou endocrinologista, e a dose do medicamento é adaptada de acordo com o grau da doença de cada paciente.

Transtornos psiquiátricos

Doenças como a depressão, síndrome do pânico, ansiedade generalizada e transtorno bipolar podem resultar em um déficit de atenção. Isso acontece pois afetam o funcionamento dos neurotransmissores cerebrais. 

Transtornos psiquiátricos
Transtornos psiquiátricos

O tratamento de todas essas questões deve ser realizado em conjunto com psicoterapia e acompanhado por um psiquiatra, pois pode demandar o uso de antidepressivos ou demais tipos de medicamentos. 

Alzheimer X perda de memória

Como se trata de uma doença degenerativa do cérebro, também pode prejudicar a memória e outras funções cerebrais. À medida que progride, o Alzheimer interfere na capacidade de raciocínio, compreensão e de controle do comportamento.

Além do Alzheimer, há outros tipos de demência que podem causar alterações na memória, principalmente em pacientes da terceira idade. Algumas delas são a demência vascular, demência por corpúsculo de Lewy e o Parkinson, por exemplo, que devem ser diferenciados pelo médico.

Alzheimer: perda de memória é o principal sintoma
Alzheimer: perda de memória é o principal sintoma

Após confirmado o diagnóstico, o neurologista ou geriatra responsável deverá orientar a respeito de medicações para amenizar os sintomas, e sobre atividades como terapia ocupacional e fisioterapia para que o paciente consiga manter suas funções pelo maior tempo possível. 

Quando a perda de memória é preocupante?

Vale lembrar que, para que a perda de memória seja considerada preocupante, o paciente deve apresentar alguns sinais, como se esquecer do dia da semana ou ano em que estamos, ou não se lembrar de caminhos e trajetos conhecidos e realizados com frequência.

Além disso, dificuldades para conversar ou encontrar as palavras corretas  para se comunicar também pode ser um indício importante, assim como perder objetos de uso pessoal que ficam armazenados em um local específico, ou contar repetidamente a mesma história ou fazer os mesmos comentários. 

Quando a perda de memória é preocupante?
Quando a perda de memória é preocupante?

A maioria das causas da perda de memória são reversíveis ou passíveis de prevenção. Para evitar problemas com a memória, é indicado adotar um estilo de vida saudável, com alimentação balanceada e a prática de exercícios físicos, aliados a atividades que ajudem a manter o cérebro ativo (como a leitura, realização de jogos e estudos em geral). 

Meditação, técnicas de relaxamento e treino da memória também são boas estratégias para ajudar a preservar a memória e podem até mesmo contribuir com o tratamento escolhido pelo médico responsável. 

Conhece mais alguma técnica interessante para estimular a saúde do cérebro que não foi mencionada neste artigo? Deixe sua sugestão nos comentários abai

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