Quais são os sintomas de um AVC (Acidente Vascular Cerebral)?

Saber identificar os sinais e sintomas do AVC (Acidente Vascular Cerebral) e buscar atendimento médico com urgência são atitudes fundamentais para salvar a vida de uma pessoa e diminuir os riscos de sequelas permanentes. 

O Acidente Vascular Cerebral, ou derrame cerebral, como é popularmente conhecido, é classificado atualmente como a segunda maior causa de mortes no mundo. Esta doença não escolhe idade, podendo acometer pessoas jovens, adultos ou idosos, portanto é fundamental saber reconhecer os sinais quando houver suspeita de AVC.

Para entender um pouco mais sobre o assunto, confira a seguir quais são os tipos de AVC, quais os sintomas mais comuns e algumas dicas do que fazer em caso de suspeita da doença.

Quais são os tipos de AVC?

Podendo ser chamado de Acidente Vascular Cerebral (AVC) ou Acidente Vascular Encefálico (AVE), o derrame cerebral, como é chamado popularmente se trata da interrupção súbita do fluxo sanguíneo para determinada região do cérebro, esta por sua vez pode ocorrer de duas maneiras:

• Isquêmica – O Acidente Vascular Cerebral Isquêmico acontece quando o fluxo sanguíneo é interrompido pelo entupimento de uma artéria no cérebro, essa obstrução pode ser causada pelo deslocamento de um trombo (coágulo) ou até mesmo pelo entupimento da artéria em decorrência da formação de placas de gordura (aterosclerose).

• Hemorrágica – Já no caso do Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico o problema acontece devido ao rompimento de um vaso sanguíneo no cérebro que pode ocorrer de duas formas muito comuns, a primeira é pelo rompimento de um aneurisma (dilatação anormal de uma artéria), no segundo caso o AVCH pode acometer pacientes hipertensos, principalmente aqueles que possuem a pressão descontrolada. Neste caso, quando a pressão alta não é controlada corretamente pode alterar o formato de veias e artérias, deixando-as finas e menos elásticas, o que favorece o seu rompimento súbito.

Mesmo que o AVC aconteça de maneiras diferentes, saber identificar seus principais sinais e iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível é fundamental para salvar a vida do paciente. 

Se tratando desta doença, o tempo é fundamental, quanto mais tempo demorar entre o início dos sintomas e os primeiros socorros, maior poderá ser a lesão no cérebro e posteriormente pior serão as sequelas. 

Quais são os sintomas de um AVC?

Os sintomas podem variar de acordo com a área do cérebro que está sendo afetada, mas em geral, existem 14 sintomas mais comuns que podemos observar em casos de suspeita:

1. Dor de cabeça – Diferente das dores comuns, a dor de cabeça durante o AVC tende a ser mais intensa, surgindo de repente e persistente, mesmo que você tome remédio ela não alivia;

2. Hemiplegia – A hemiplegia é facilmente observada durante o AVC, esta é a paralisia de um lado do corpo que normalmente começa com uma fraqueza até que a pessoa perde totalmente o controle de todo o lado que está sendo afetado;

3. Rosto assimétrico – Na hemiplegia todo o corpo é afetado pela paralisia, inclusive o rosto. Neste caso podemos observar que a boca fica torta e a sobrancelha caída;

4. Alterações na visão – A vista tende a ficar embaçada, turva e em alguns casos é relatado até mesmo a perda parcial da visão durante a crise do AVC;

5. Dificuldade para falar – Outro sintoma que podemos observar com frequência é a fala embaralhada, geralmente o indivíduo começa a falar mais lentamente, com um tom de voz baixo e muitas vezes o paciente acha que está falando uma coisa, mas na verdade sua fala está confusa e difícil de entender;

6. Fraqueza – Você pode pedir para o paciente levantar os braços ou segurar algum objeto e observar que do lado afetado pelo AVC irá faltar força para realizar qualquer movimento;

7. Alterações na sensibilidade – De um lado do corpo o paciente perderá toda a sensibilidade, você pode passar uma pedrinha de gelo no braço, algum objeto um pouco mais quente ou bater com a ponta da caneta que ele não irá sentir nada;

8. Disfagia – Neste caso o indivíduo poderá relatar dificuldade para engolir;

9. Desequilíbrio e tontura – Aqui nota-se que a pessoa possui dificuldade em manter-se de pé, andando ou sentado. A hemiparesia impede que o indivíduo consiga sustentar o lado do corpo que está sendo afetado, no início da paralisia o paciente pode andar arrastando uma das pernas até que todo o movimento seja comprometido impossibilitando-o até mesmo de ficar sentado;

10. Sonolência – É possível notar que o paciente fica mais lento, como se estivesse sonolento, em alguns casos ocorre a perda de consciência, sendo impossível manter-se acordado;
11. Confusão mental – O indivíduo fica confuso, sem conseguir identificar o local que ele está ou realizar simples atitudes, em alguns casos ainda é possível que ele fique agressivo;

12. Perda de memória – Dependendo da região do cérebro que está sendo afetada a memória pode ficar comprometida, ao realizar perguntas básicas como o próprio nome, data do ano ou se ele reconhece alguma pessoa a sua volta o paciente será incapaz de responder;

13. Movimentos descontrolados – O paciente realiza alguns movimentos incomuns como também pode vir a ter tremores;

14. Náuseas – O mal-estar como náuseas e vômitos também podem aparecer durante o AVC.

Com o aparecimento de alguns destes sintomas o recomendado é buscar atendimento médico o mais rápido possível, quanto antes o tratamento for iniciado melhor será a recuperação deste paciente.

Como identificar o AVC?

Em caso de suspeita ao observar o aparecimento de alguns dos sintomas, o primeiro passo para realmente identificar a doença é aplicar o teste chamado SAMU:

Sorriso – Peça para a pessoa sorrir, um dos principais sinais do AVC é a paralisia de um lado do corpo, esta pode ser facilmente observada quando a pessoa tenta sorrir e um dos lados da boca fica caída.

Abraço – Peça para a pessoa levantar os dois braços, assim como acontece no teste do sorriso é possível observar que somente um braço levanta, o outro continua imóvel e sem força para movimentá-lo.

Música – Cante o trecho de uma música e peça para a pessoa repetir em seguida, durante o AVC é comum que o indivíduo fique com a fala embaralhada. Para o paciente ele está repetindo exatamente o que você disse, mas na realidade as palavras estão confusas e até mesmo difíceis de se entender.

Urgente – Com os três primeiros testes aplicados e a confirmação de um AVC o próximo passo é buscar ajuda médica imediatamente, chame uma ambulância, o próprio SAMU ou leve este paciente a um pronto atendimento o mais rápido possível.

Lembre-se, jamais deixe que o paciente vá sozinho ou dirigindo até um hospital, ele deve estar acompanhado o tempo todo. 

Quais são as sequelas do AVC?

O AVC pode deixar sequelas temporárias ou permanentes em decorrência da demora no início do atendimento, seja pela identificação tardia do problema ou até mesmo pela dificuldade em pedir ajuda, principalmente quando estamos sozinhos.

Em casos onde as sequelas são temporárias, a grande maioria dos pacientes consegue se recuperar sem que possamos notar qualquer indício da doença, mas em situações mais graves pode acontecer das sequelas serem permanentes.

A falta de força costuma ser uma das principais sequelas em casos mais graves, o indivíduo passa a ter dificuldade em andar, se vestir, comer ou realizar simples atitudes do dia a dia sozinho, como tomar banho, ir ao banheiro ou levantar-se da cama, sendo necessário ter sempre ajuda de alguém.

Outras sequelas do AVC que podemos observar é a dificuldade na fala, nestes casos torna-se difícil a comunicação, também podemos observar que o indivíduo possui dificuldade em compreender o que está sendo dito a ele. A incontinência, engasgos e deglutição prejudicada, perda total ou parcial da visão também podem surgir como sequelas da doença.

Alguns casos mais delicados envolvem comportamentos confusos e agressividade como sequelas, dificultando a relação entre a família e os amigos. 

E apesar de notarmos sequelas permanentes, é possível amenizar algumas delas com tratamento e ajuda profissional, como por exemplo, sessões de fisioterapia para recuperar os movimentos prejudicados, sessões de fonoaudiologia para melhorar a comunicação, recuperar a fala e diminuir a dificuldade em deglutir e sessões de terapia para ajudar na relação do paciente com seus familiares e melhorar a qualidade de vida e bem-estar.

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