Mulher com a mão na barriga com ovários policísticos.

Síndrome dos Ovários Policísticos: O que é, causas, sintomas e prevenção

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) se destaca como uma das complicações endócrinas mais comuns em mulheres na idade reprodutiva. Sua prevalência pode variar de 6% a 10%, sendo o principal motivo de infertilidade por anovulação (ausência de ovulação) — segundo a Femina, revista oficial da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).

O risco se torna ainda maior em mulheres acima do peso ou quando já existem antecedentes da enfermidade na família, já que os fatores genéticos estão entre as causas que podem provocar o seu desenvolvimento.

Os principais sinais clínicos da síndrome são a presença de hiperandrogenismo e da anovulação crônica, o que pode comprometer de forma significativa a qualidade de vida das pacientes. Quer saber mais sobre a Síndrome dos Ovários Policísticos? Acompanhe nosso artigo e confira mais informações a respeito do tema.

O que é a Síndrome dos Ovários Policísticos?

Descrita pela primeira vez em 1935, por Stein-Leventhal, a SOP é um distúrbio endócrino que provoca modificações nos níveis hormonais, o que leva à formação de cistos nos ovários e faz com que eles aumentem de tamanho com o tempo.

De forma mais detalhada, a síndrome costuma surgir quando a hipófise — glândula que regula a produção hormonal — estimula a liberação excessiva de andrógenos (hormônios masculinos, como a testosterona).

Com isso, o amadurecimento dos óvulos, que acontece todo mês, fica comprometido. E, quando as células reprodutivas da mulher não se desenvolvem adequadamente, forma-se um folículo rígido, que fica preso na região do útero, muito conhecido como cisto ovariano.

Ilustração ovário feminino.
A Síndrome dos Ovários Policísticos é a formação de cistos nos ovários e fazendo com que eles aumentem de tamanho com o tempo.

Desse modo, a aglomeração de cistos, somada ao excesso de hormônios masculinos, pode impedir a formação de óvulos saudáveis e, consequentemente, alterar ou interromper o ciclo menstrual.

A doença é caracterizada por menstruação irregular, surgimento de alguns traços masculinos, como o crescimento de pelos, ausência de ovulação, aparecimento de acne, entre outros indicativos. 

Quais causas estão associadas ao problema?

Suas causas ainda não são totalmente esclarecidas, sobretudo por ser uma doença complexa. A principal hipótese é de que ela tenha uma origem genética, assim como uma possível associação à resistência à ação da insulina no organismo, o que gera um aumento do hormônio na corrente sanguínea e provoca o desequilíbrio hormonal.

Conheça, a seguir, as principais características dos fatores associados ao problema!

Resistência à insulina

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela metabolização da glicose para gerar energia. A resistência a esse hormônio aumenta os níveis de açúcar no sangue e, consequentemente, a sua produção. De forma excessiva, ele também eleva o nível dos hormônios andrógenos, provocando dificuldades na ovulação.

Fatores genéticos

Além das disfunções endócrinas, há evidências da existência de um componente genético na síndrome do ovário policístico. Isso significa que há maior probabilidade do desenvolvimento da doença em mulheres que têm familiares próximos afetadas por ela, como mãe, irmã ou tia.

Inflamação de baixo grau

De modo geral, a inflamação é uma resposta do organismo a uma infecção ou um machucado. Pessoas com a disfunção apresentam mais probabilidade de ter inflamação crônica de baixo grau, que estimula os ovários policísticos a produzirem hormônios masculinos, provocando problemas cardíacos e vasculares.

Ela pode ser medida por meio de testes sanguíneos que mostram a reação à proteína C (PCR – marcador de inflamação no corpo). Contudo, a origem da causa da inflamação nas pessoas com SOP ainda não é clara. 

Quais os principais sintomas da SOP?

Os sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos variam em cada uma das pessoas, da mesma forma que a gravidade da disfunção. Muitas vezes, eles se manifestam já na primeira menstruação (menarca). Entretanto, podem se tornar mais visíveis com o tempo ou quando as mulheres desejam engravidar, trazendo a ausência de ovulação e, até mesmo, a infertilidade.

É importante ressaltar que, para ser diagnosticada com a doença, é necessário apresentar pelo menos dois dos seguintes sinais:

  • Anovulação;
  • Aumento de peso;
  • Surgimento de acne;
  • Queda de cabelo;
  • Resistência à insulina;
  • Problemas com fertilidade;
  • Aumento de pelos no corpo;
  • Irregularidades na menstruação (desde a primeira ocorrência do fluxo);
  • Pequenos cistos nos ovários identificados no exame de ultrassom;
  • Transtornos emocionais, como ansiedade e depressão.

Em situações mais graves, é possível desenvolver também outros problemas de saúde, tais como diabetes, doenças cardiovasculares, infertilidade e câncer do endométrio.

Existe relação entre a síndrome e a alimentação?

Como vimos, em muitos casos, a síndrome do ovário policístico apresenta uma relação maior com a genética do que com o estilo de vida. No entanto, o consumo em excesso de carboidratos e gorduras pode piorar muito o estado de saúde da paciente.

As mulheres que sofrem com o distúrbio precisam evitar, sobretudo, o consumo de carboidratos, pois eles influenciam diretamente no efeito da insulina. Quando o consumo desse tipo de alimento é frequente, os receptores estrogênios presentes nos ovários são estimulados. Assim, os sintomas se manifestam. 

Dessa forma, o ideal é que as pacientes façam o consumo de alimentos que não contribuam para a inflamação do organismo nem afetem negativamente os hormônios. Por exemplo, os alimentos orgânicos, as gorduras boas, os carboidratos complexos e os alimentos ricos em magnésio. Restabelecer o controle hormonal e cuidar da alimentação pode ajudar com os sintomas e com o impacto na saúde dessa condição. 

Mulher comendo alimentos saudáveis.
Uma alimentação saudável e equilibrada ajuda no controle da síndrome.

Vale ressaltar que a síndrome do ovário policístico em si não tem cura. Porém, o tratamento da disfunção por meio de medicamentos, aliado à adoção de um estilo de vida saudável, evita as possíveis consequências e proporciona bem-estar às mulheres afetadas.

Assim, para evitar os riscos da Síndrome dos Ovários Policísticos, é recomendada a adoção de uma dieta equilibrada, acompanhada da prática de atividades físicas. As mulheres que se encontram acima do peso, apresentam hiperglicemia, pressão arterial alta e taxa de colesterol elevada fazem parte do grupo de risco da enfermidade, por isso precisam se prevenir seguindo todos os cuidados necessários.

Além disso, não se esqueça de realizar o acompanhamento médico com frequência. O ginecologista focará na questão menstrual e na infertilidade, já o endocrinologista pode ajudar no equilíbrio hormonal e nos sintomas relacionados. Portanto, não deixe de consultar com o profissional responsável, agende sua consulta.

Esperamos que, com este artigo, você tenha entendido o que é a SOP e quais as suas principais causas. Então, aproveite para compartilhá-lo em suas redes sociais, pois assim seus amigos também ficarão por dentro do assunto! 

Precisa agendar seu exame preventivo? Aqui no BoaConsulta você encontra os (a) melhores Médicos Ginecologistas para atendimento online ou presencial.

Postagens similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *