Surto de sarampo, o que fazer para se prevenir?
No Brasil, há confirmação de casos de sarampo em 11 estados, sendo que, em três deles, as ocorrências foram classificadas como surto. Com mais de 10 mil pessoas afetadas pela mazela, o país perdeu o certificado de erradicação da doença.
Devido à resistência do vírus, o indivíduo pode ser infectado até duas horas após uma pessoa com a doença sair do local. Esse risco de contaminação é ainda maior em bebês que não foram imunizados e em crianças desnutridas.
Neste post, explicaremos como é a transmissão e quais são os sintomas da doença, e mostraremos como se prevenir em meio a um surto de sarampo. Acompanhe!
Quais são os sintomas do sarampo?
Inicialmente, o sarampo se manifesta como uma infecção viral, com sintomas como febre alta, coriza, mal-estar, perda do apetite, conjuntivite, tosse e dor de garganta.
Essa fase inicial — denominada pródromo — dura entre dois e três dias. Depois, começam a aparecer as manchas de Koplik, caracterizadas como pequenos pontos brancos na mucosa da boca, próximas aos dentes molares.
Essas manchas normalmente aparecem 48 horas antes do surgimento do exantema clássico do sarampo. As erupções de pele típicas da doença são machas avermelhadas, com discreto relevo, que aparecem primeiro no rosto e se espalham pelo resto do corpo. Porém, plantas dos pés e palmas das mãos raramente são envolvidas.
As lesões ocorrem em grande número, podendo se fundir e gerar grandes manchas avermelhadas. Geralmente, a extensão e o grau se correlacionam com a gravidade da doença.
Como ocorre a transmissão?
O sarampo é uma doença ocasionada por um vírus do gênero Morbillivirus, e pertence à família Paramyxoviridae. Ele é altamente contagioso e, geralmente, é transmitido de forma direta — de uma pessoa para outra —, por meio de secreções das vias respiratórias, eliminadas em espirros, tosse ou até mesmo ao falar.
Porque as gotículas infecciosas que saem das secreções de um portador da doença podem ficar no ar por muitas horas, não é necessário ter um contato direto com alguém infectado para adquirir o vírus. Assim, a transmissão pode ocorrer entre passageiros do avião durante o voo, em hospitais e consultórios médicos, e em escolas e lugares muito povoados.
O período de incubação é de, em média, 13 dias. A janela de contágio começa cinco dias antes de aparecerem as erupções na pele e termina quatro dias após o surgimento das manchas, sendo o seu auge entre dois dias antes e dois dias depois do início das lesões.
Como se prevenir em meio a um surto de sarampo?
Essa é uma doença que pode ser evitada por meio da vacina — preferencialmente, ainda na infância. Dessa forma, a melhor maneira de impedir um surto de sarampo é investindo em campanhas de vacinação e de conscientização da população.
Os principais grupos de risco são formados pelos indivíduos de seis meses a 39 anos de idade. Pessoas que trabalham em portos, hotelaria, aeroportos e profissionais do sexo têm maiores chances de contrair a doença, pois estão mais expostos a turistas vindos de países que não têm uma política intensiva de controle da mazela.
Se uma criança apresentar a infecção, ela deve ser mantida longe das outras por até cinco dias após o surgimento do prurido, para impedir que a doença seja transmitida às demais.
O ideal é que toda população seja imunizada de acordo com o calendário de vacinação vigente. As crianças precisam tomar duas doses da tríplice viral, uma vacina que age contra três mazelas: sarampo, rubéola, e caxumba. A primeira dose deve ser ingerida com um ano de idade, e a segunda, entre quatro e seis anos.
Homens e mulheres — tanto adolescentes quanto adultos —, principalmente aqueles que fazem parte do grupo de risco, também precisam ser imunizados com a tríplice viral ou dupla viral.
O que fazer em caso de gravidez?
Caso a mulher tenha o desejo de engravidar, é preciso saber se ela já foi vacinada contra o vírus ou se já teve sarampo, pois essa infecção pode trazer problemas sérios para o feto.
Em caso de dúvida, ela deve consultar um médico clínico geral para identificar se há a presença de anticorpos que possam atacar o vírus — ou seja, se o sistema imunológico da paciente apresenta mecanismos preparados para defender o organismo contra a doença.
Quais são os mitos em relação à doença?
A pessoa deve ficar em quarentena para evitar a transmissão do sarampo?
Não é necessário ficar isolada por tanto tempo. Porém, o ideal é evitar o contato com indivíduos que não foram vacinados até o quinto dia do aparecimento das lesões na pele — a partir de então, o vírus deixa de ser contagioso.
Você pode ter sarampo uma segunda vez?
Não. Uma vez que a pessoa tenha sido vacinada ou adquirido a doença, o sistema imunológico cria defesas que permanecem no organismo. Assim, se ele entrar em contato novamente com o vírus, poderá se defender antes mesmo que a infecção ocorra.
O quarto do paciente deve permanecer fresco e arejado, para diminuir a febre?
O quarto deve ser o mais confortável possível, aconchegante e umidificado. Pelo menos nos primeiros três ou quatro dias, é aconselhável que o paciente permaneça na cama.
A doença é tratada com antibióticos?
Os antibióticos — fármacos bastante eficazes contra infecções geradas por bactérias — não têm funcionalidade, pois o sarampo, assim como a gripe, é uma doença epidêmica ocasionada por um vírus.
É desconfortável para dormir?
Devido ao fato de as lesões na pele produzirem coceira intensa, o paciente pode ter dificuldade para dormir. É recomendada a utilização de medicamentos como os anti-histamínicos, que possibilitam o sono e evitam esse inconveniente.
Como vimos, ainda não há uma medicação antiviral ou um tratamento especifico para a doença. Portanto, a melhor forma de se prevenir em um surto de sarampo é por meio da vacinação. Além disso, é importante ficar atento aos mitos que rodeiam essa mazela e, sempre que apresentar algum dos sintomas ou tiver dúvidas, procurar o auxílio de um médico por meio do BoaConsulta!
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