É Possível Viver com Metade do Coração Funcionando?
No episódio 09 do podcast “Papo com Especialista”, tivemos o enorme prazer de receber a médica cardiologista, Dra. Marcia Cardoso.
Neste trecho do vídeo completo, a Dra. Márcia Cardoso, cardiologista, responde a uma dúvida muito comum, que muitas vezes causa estranhamento em pacientes e pessoas ao redor: o que significa ter apenas metade ou menos do coração funcionando adequadamente.
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Você já imaginou viver com apenas metade do coração funcionando? Parece improvável, mas é uma realidade para muitas pessoas diagnosticadas com insuficiência cardíaca. Esse cenário traz diversos desafios ao corpo, que precisa se adaptar para lidar com uma função cardíaca reduzida.
No corte do podcast gravado com a Dra. Márcia Cardoso, cardiologista renomada, abordamos como essa condição afeta o organismo, os sintomas mais comuns e as possibilidades de tratamento, incluindo transplantes. Confira abaixo os detalhes dessa conversa que explora os limites da resistência humana e da medicina.
O que Significa Viver com Metade do Coração Funcionando?
Viver com metade do coração funcionando, no contexto médico, geralmente significa que a capacidade de bombeamento do coração está gravemente reduzida devido à insuficiência cardíaca. Essa condição ocorre quando o músculo cardíaco não consegue bombear sangue de forma eficiente para atender às necessidades do corpo. O coração, que funciona como uma bomba, perde parte de sua força contrátil, resultando em um fluxo sanguíneo insuficiente.
Uma forma de avaliar essa capacidade é pela fração de ejeção, que mede o percentual de sangue expelido pelo coração a cada contração. Em um coração saudável, a fração de ejeção normalmente varia entre 50% e 70%.
Quando essa taxa cai significativamente, indica que o coração não está ejetando sangue suficiente para circular adequadamente pelo corpo. Em casos graves, a fração de ejeção pode ficar abaixo de 30%, sinalizando uma disfunção severa.
Como o Organismo Reage?
Quando o coração funciona com menos eficiência, o corpo ativa mecanismos de compensação para tentar suprir a deficiência. Esses mecanismos incluem:
- Aumento da frequência cardíaca: O coração bate mais rápido para tentar compensar a redução no volume de sangue bombeado.
- Retenção de líquidos e sal: Os rins, ao detectar a baixa perfusão sanguínea, retêm líquidos para aumentar o volume de sangue circulante, o que pode levar a inchaços (edemas).
- Dilatação do coração: O músculo cardíaco pode se esticar e crescer na tentativa de aumentar a força de contração, mas isso muitas vezes agrava o problema, enfraquecendo ainda mais o coração.
O Impacto no Corpo
A insuficiência cardíaca afeta todos os sistemas do corpo, pois o sangue carrega oxigênio e nutrientes essenciais para o funcionamento dos órgãos. Com a circulação prejudicada, sintomas como fadiga extrema, dificuldade para respirar, confusão mental (devido à má oxigenação cerebral) e inchaços nas extremidades tornam-se comuns. Esses sinais refletem o esforço do organismo para funcionar em condições subótimas.
O transplante
Nos casos em que o coração não responde mais aos tratamentos disponíveis, o transplante se torna a única alternativa. A fila de transplantes, porém, pode ser um desafio, já que exige compatibilidade e disponibilidade do órgão doador. Enquanto isso, os pacientes precisam de cuidados rigorosos para estabilizar a condição e evitar complicações.
Avanços na Medicina
A insuficiência cardíaca, especialmente em estágios avançados, representa um grande desafio para pacientes e médicos. No entanto, os avanços na medicina têm oferecido alternativas inovadoras e eficazes para prolongar a vida e melhorar a qualidade de vida desses pacientes, mesmo em situações em que o coração apresenta uma funcionalidade muito reduzida.
Corações Artificiais
Uma das maiores inovações na cardiologia são os corações artificiais. Esses dispositivos substituem a função de bombeamento do coração de forma temporária ou permanente. Eles são indicados principalmente para pacientes em fila de transplante que enfrentam um risco iminente de falência cardíaca.
Além disso, em casos onde o transplante não é viável, esses dispositivos podem atuar como uma solução definitiva. Corações artificiais modernos são projetados para serem duráveis, eficientes e, em alguns casos, portáteis, permitindo ao paciente maior liberdade e mobilidade.
Dispositivos de Assistência Ventricular (VADs)
Outra tecnologia que tem revolucionado o tratamento da insuficiência cardíaca são os Dispositivos de Assistência Ventricular, conhecidos como VADs (do inglês, Ventricular Assist Devices). Esses dispositivos mecânicos são implantados para ajudar o ventrículo esquerdo (o principal responsável por bombear sangue para o corpo) ou, em alguns casos, ambos os ventrículos.
O VAD funciona como um suporte parcial ao coração, melhorando o fluxo sanguíneo e aliviando a carga do órgão enquanto o paciente aguarda um transplante ou como terapia de longo prazo.
Medicamentos Avançados
Além dos dispositivos, o desenvolvimento de novos medicamentos também tem sido crucial no manejo da insuficiência cardíaca.
Drogas como os inibidores de SGLT2, inicialmente desenvolvidos para tratar diabetes, mostraram benefícios significativos para pacientes com insuficiência cardíaca, ajudando a reduzir hospitalizações e melhorar a função cardíaca.
Outros medicamentos, como antagonistas do receptor de angiotensina-neprilisina (ARNI), têm se destacado por sua eficácia em melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Programas de Reabilitação Cardíaca
Os programas de reabilitação cardíaca são outro avanço essencial. Esses programas combinam exercícios supervisionados, educação sobre a doença e apoio emocional, ajudando os pacientes a aumentar sua capacidade funcional e a lidar com as limitações impostas pela condição. A reabilitação não apenas melhora a resistência física, mas também reduz os riscos de complicações futuras.
Terapias Gênicas e Medicina Regenerativa
A área de terapias gênicas e medicina regenerativa está emergindo como uma das fronteiras mais promissoras no tratamento da insuficiência cardíaca.
Pesquisas estão focadas em reparar o tecido cardíaco danificado por meio de células-tronco e intervenções genéticas. Embora essas terapias ainda estejam em fase experimental, os resultados iniciais indicam um futuro em que o coração poderá se regenerar após lesões graves.
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